Se esta obra é de homens, se desfará, mas, se é do Altíssimo, não podereis desfazê-la. (Actos 5:38,39).


"Aquele que deseja conhecer a verdade, deve estar disposto a aceitar tudo o que ela revela. Não pode ter nenhuma transigência com o erro. Ser vacilante e morno para com a verdade, é preferir as trevas do erro e a ilusão satânica." O Desejado de Todas as Nações, (cap. O Sermão da Montanha) pág. 257.

Lê o artigo: "Novas Verdades", (http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2011/02/novas-verdades.html
)

sábado, 20 de novembro de 2010

Qual é o único meio de vencer o poder de Satanás?!

O Espírito Santo não é uma 3ª pessoa divina diferente do Pai ou do Filho, que aumenta ou diminui de tamanho, para o dobro ou triplo, mas a influência do próprio Pai e de Seu Filho naquele que o recebe.


Durante as leituras de “O Desejado de Todas as Nações” no nosso culto familiar da noite, tenho encontrado frases muito interessantes. Antes de termos iniciado a leitura deste maravilhoso livro, fazia pouco tempo que o tinha lido de capa a capa, já depois de o ter lido e consultado tantas vezes.
Mas agora, as frases, são lidas e analisadas sob nova e mais clara luz, adquirindo um significado muito mais vasto e profundo, e posso entender como todas as verdades se encaixam como um verdadeiro puzzle.

Se me tivessem feito a pergunta que coloquei como título desta mensagem há alguns anos atrás, eu teria respondido: “Somente em nome de Jesus”!

Recordo com tristeza determinada experiência da minha adolescência, pouco depois de me ter batizado. Acabei por me afastar de Deus estando dentro da “igreja”. O meu quarto ficava no sótão, onde havia várias salas vazias. De noite, ouvia passos que se dirigiam ao meu quarto e de repente sentia como que uma força que quase me esmagava. Fazia de conta que não era nada e aguentava “aquela pressão, até se ir embora”. Eu sabia que era Satanás! Também sabia que isso estava a acontecer por que eu andava afastado de Deus.

Clamei ao Senhor, reconhecendo que me era impossível por mim mesmo libertar-me de Satanás, e desejando ser uma nova pessoa. Passado pouco tempo, fui convidado  para ir a um retiro espiritual de 10 dias perto de um rio. Sei que esse encontro foi a resposta de Deus para a minha oração. Fui rebatizado e desde então a minha vida nunca mais foi a mesma.

Depois de voltar para casa, mudei de quarto, e uma noite estava na cama e novamente ouvi aqueles sons. Por duas ou três vezes, em diferentes noites, os sons se repetiram e eu me amedrontava, temendo ser atacado como no passado. Mas um pensamento me veio: “Tão-somente repreende a Satanás em nome de Jesus”. Ao ouvir de novo “aqueles estranhos passos”, levantei-me ousadamente de minha cama e audivelmente disse: “Em nome de Jesus, sai deste lugar Satanás”. E saíu mesmo!

Apenas quero explicar que meus familiares, no passado, se tinham envolvido com feitiçaria, e eu posso testemunhar o quanto isso me afectou.

Se hoje me perguntassem qual é o único meio de vencer o poder de Satanás, eu daria a mesma resposta, acrescentado ainda:

“Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” Mt. 17:21.

“E disse-lhes [Jesus]: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum.” Mc. 9:29.

Depois que deixei de crer na trindade, erro fatal para os adventistas do sétimo dia, durante algum tempo me fazia confusão a seguinte frase:

O Espírito Santo era o mais alto dos dons que Ele podia solicitar do Pai para exaltação de Seu povo. Ia ser dado como agente de regeneração, sem o qual o sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido. O poder do mal se estivera fortalecendo por séculos, e alarmante era a submissão dos homens a esse cativeiro satânico. Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Trindade [no original estava Divindade*], a qual viria, não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja. “ O Desejado de Todas as Nações, pág. 574. *http://www.arquivoxiasd.com/pg671.htm

Compreendia para mim mesmo que esta “terceira pessoa da Divindade”, não poderia ser outra senão o próprio Jesus Cristo, ou seja, Seu Espírito, tendo em conta outras evidências da Escritura. Mas apercebi-me que neste mesmo livro haviam outras frases muito esclarecedoras acerca deste assunto.

Ou seja, ao considerar o que ensina a igreja adventista, que essa 3ª pessoa, o Espírito Santo, seja uma pessoa diferente do Pai e do Filho, então não existe harmonia com outras frases do mesmo livro, tornando-se tal interpretação completamente incoerente. Passo a apresentar algumas dessas frases:

“Nos dias de Cristo os guias e mestres de Israel eram impotentes para resistir a Satanás. Negligenciavam o único meio pelo qual se podiam opor aos maus espíritos. Foi pela Palavra de Deus que Cristo venceu o maligno.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 206.

O meio por que podemos vencer o maligno, é aquele pelo qual Cristo venceu - o poder da Palavra.” Idem, pág. 207.

Estas duas frases, considerando a tradicional explicação da igreja adventista, contradizem abertamente a anterior, pois dizem claramente que Cristo, venceu o maligno, não por Seus poderes divinos ou por uma pessoa divina Espírito Santo, mas “pela Palavra de Deus” ou “o poder da Palavra”. Estas expressões são aplicáveis a Cristo pois Cristo é o Verbo ou Palavra de Deus (Jo. 1:1); é descrito como tendo uma espada de dois gumes na Sua boca (Ap. 1:16), que representa a Palavra de Deus, “espada de dois gumes” superior a qualquer outra (Heb. 4:12), e é ainda descrito como Aquele que testemunhou e inspirou aos profetas a escreverem e falarem (Ap. 19:10).

Portanto, a “Palavra de Deus” e “o poder da Palavra” referem-se não só à Palavra escrita de Deus, a Bíblia, como ao próprio Jesus. Jesus Cristo, Aquele que tinha inspirado os profetas do antigo testamento a escreverem, fez-se homem e dependeu de Seu Pai, e dos escritos sagrados, como qualquer um de nós precisa depender, não se tendo servido de Seus poderes divinos para enfrentar Satanás. “Está escrito”, respondia Jesus, e assim devemos nós fazer, e as mesmas palavras que para Jesus eram uma promessa, a certeza e o poder para enfrentar Satanás, o são também para nós. Jesus é de facto, em tudo, nosso exemplo!

Mas se Jesus não utilizou outros poderes para enfrentar o inimigo senão os mesmos que estão à nossa disposição, então quem operou os milagres de Jesus?! Quem expulsou Satanás quando eu pronunciei: “Em nome de Jesus, sai deste lugar Satanás”. Se não é uma 3ª pessoa Espírito Santo, diferente do Pai e do Filho, então quem é?!

“Jesus respondeu, e disse:
Antes que Filipe te chamasse, te vi Eu, estando tu debaixo da figueira. (…)
Enquanto confiar na guia da autoridade humana, ninguém chegará a um salvador conhecimento da verdade. Como Natanael, necessitamos estudar por nós mesmos a Palavra de Deus, e orar pela iluminação do Espírito Santo. Aquele que viu Natanael debaixo da figueira, ver-nos-á no lugar secreto da oração. Anjos do mundo da luz acham-se ao pé daqueles que, em humildade, buscam a guia divina.O Desejado de Todas as Nações, pág. 108.

“Se crerdes em Mim como tal [como Filho de Deus], vossa fé será vivificada. Vereis que os céus se acham abertos, e nunca se hão de fechar. Eu os abri a vós. Os anjos de Deus estão subindo, levando as orações dos necessitados e aflitos ao Pai em cima, e descendo, trazendo bênçãos e esperança, ânimo, auxílio e vida aos filhos dos homens.

Os anjos de Deus estão sempre indo da Terra ao Céu e do Céu à Terra. Os milagres de Cristo pelos aflitos e sofredores, foram operados pelo poder de Deus através do ministério dos anjos. E é por meio de Cristo, pelo ministério de Seus mensageiros celestiais, que toda bênção nos advém de Deus. Tomando sobre Si a humanidade, nosso Salvador une Seus interesses aos dos caídos filhos de Adão, ao passo que mediante Sua divindade, lança mão do trono de Deus. E assim Cristo é o mediador da comunicação dos homens com Deus, e de Deus com os homens. ”Idem. pág. 110.

“Todo o Céu estava palpitante de interesse. Anjos Lhe preparavam caminho ao ministério, movendo o coração dos homens e atraindo-os ao Salvador. ”Idem. pág. 201.

“Os espíritos das trevas hão de combater pela alma que uma vez lhes caiu sob o domínio, mas anjos de Deus hão de contender por aquela alma com predominante poder.”Idem, pág. 207.

“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles". Heb. 7:25. Conquanto o serviço houvesse de ser transferido do templo terrestre ao celestial; embora o santuário e nosso grande Sumo Sacerdote fossem invisíveis aos olhos humanos, todavia os discípulos não sofreriam com isso nenhum detrimento. Não experimentariam nenhuma falha em sua comunhão, nem enfraquecimento de poder devido à ausência do Salvador. Enquanto Cristo ministra no santuário em cima, continua a ser, por meio de Seu Espírito, o ministro da igreja na Terra. Ausente de nossos olhos, cumpre-se, entretanto, a promessa que nos deu ao partir: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos". Mat. 28:20. Conquanto delegue Seu poder a ministros inferiores, Sua vitalizante presença permanece ainda em Sua igreja. ”Idem, pág. 130.

Creio que estas frases de Ellen White são bastante esclarecedoras. Não há lugar para uma 3ª pessoa divina diferente do Pai ou do Filho. Menciona-se a Cristo e o Espírito de Cristo ou o Espírito Santo, o qual não é outro senão o Espírito do Pai (Mt. 3:16; Jo. 15:26), mas não é uma pessoa diferente, e finalmente mencionam-se os anjos. Mas o que é o Espírito de Deus e de Cristo?!

Não temos total revelação acerca deste tema, nem o poderemos compreender completamente em nossa limitada compreensão humana, no entanto, nas frases anteriores, bem como na que apresentei inicialmente, encontramos algumas respostas:

a) “Agente de regeneração”.

b) “Cristo deu Seu Espírito como um poder divino”.

c) O “poder de Deus através do ministério dos anjos”.

d) “Sua vitalizante presença”.

Creio que a seguinte frase, já mencionada em cima, resume todas as outras e é esclarecedora quanto ao facto de que o Espírito de Cristo, Seu poder e presença, nos são ministrados pelo ministério dos anjos:

E é por meio de Cristo, pelo ministério de Seus mensageiros celestiais, que toda bênção nos advém de Deus”.

São eles ainda, que registam nossas acções, agem em nossos corações, conhecendo nossos pensamentos, pois são eles que levam nossas orações ao céu, e derramam sobre nós as bênçãos divinas, tais como o poder de vencer a tentação ou de expulsar Satanás, bem como de operar milagres.

Para mim, pessoalmente, é bastante esclarecedora a experiência de Elias e Eliseu, antes do primeiro ter subido para o céu, num carro de fogo:

“Depois de terem passado, disse Elias a Eliseu: Pede o que te hei de fazer, antes que seja de ti arrebatado. Respondeu Eliseu: Peço-te que haja sobre mim uma dobrada porção do teu espírito.

Tornou-lhe Elias: Difícil coisa pediste. Todavia se me vires quando de ti for arrebatado, assim se te fará; porém do contrário, não se te fará.

Caminhando eles ainda, e conversando, eis que apareceu um carro de fogo, e cavalos de fogo, os quais os separaram um do outro; Elias subiu ao céu por um redemoinho.

Eliseu o viu, e clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e os seus cavaleiros. Não o viu mais; pegou nos seus vestidos e rasgou-os em duas partes.” II Reis 2:9-11.

O que era o espírito de Elias ou a porção dobrada do mesmo?!

Certamente que não foram os pensamentos de Elias que foram transferidos para Eliseu, mas o poder de Deus ou o Espírito de Deus que operava nele, mas em dobro. O Espírito Santo não é uma 3ª pessoa divina diferente do Pai ou do Filho, que aumenta ou diminui de tamanho, para o dobro ou triplo, mas a influência do próprio Pai e de Seu Filho naquele que o recebe.

Neste sentido, desejo ter o espírito de Elias e até mesmo a porção dobrada de Elias, e de verdade temos uma profecia e promessa que não só se cumpriu em João Baptista, mas também se cumprirá em todos aqueles que prepararem o caminho para a 2ª vinda de Cristo e Seu Pai:

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia de Jeová.

Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com anátema.” Mal. 4:5,6.

Sim, o Espírito Santo de Deus será derramado em grande medida sobre todos aqueles que à semelhança de Eliseu estiverem dispostos a recebê-lo em grande medida.

Voltando à pergunta inicial, quero ainda partilhar uma frase de Ellen White que encontrei no link que anteriormente mencionei, e que confirma aquilo que apresentei:

É-nos impossível, por nós mesmos, escapar ao abismo do pecado em que estamos mergulhados. Nosso coração é ímpio, e não o podemos transformar. ‘Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!’ Jó 14:4. ‘A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.’ Rom. 8:7. A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar as fontes da vida. É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que os homens possam substituir o pecado pela santidade.

Esse poder é Cristo.” Caminho a Cristo, pág. 18.

Acerca deste assunto, ver também:http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2010/05/quem-sao-os-dois-ungidos-que-estao.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Lei Dominical nos Bastidores da Cimeira Histórica da Nato

Certamente que nesta reunião, não é apenas a relação da Rússia com a Nato, ou ataques terroristas da Al-Qaeda, ou dos Talibans, ou blocos anti-míssil, que verdadeiramente poderão preocupar aos membros da NATO. Mas sim, todos aqueles que constituem uma ameaça à ordem pública, no sentido em que se oponham a eventuais medidas impostas às grandes massas.


Hoje teve início uma das mais importantes reuniões da NATO. Depois da sua fundação em 1949, houve momentos importantes desta coligação originada com o Tratado do Atlântico realizado entre 12 países, como por exemplo, a queda do muro de Berlim, e a entrada de alguns países de leste nesta organização.

A partir de então, o ataque militar a qualquer um destes países, entre os quais os Estados Unidos e Portugal, significaria uma ameaça a todos os restantes. A principal preocupação dos 28 países que presentemente compõem a NATO, não é tanto o ataque de um grande exército, mas sim a ameaça terrorista de determinados grupos ou minorias. Por outro lado, a forma pela qual poderão fazer face a essa ameaça.

A ênfase dada pelos mídia aos ataques terroristas, bem como a excessiva importância dada à questão do efeito de estufa e seus efeitos catastróficos a nível ambiental, não passam de uma montagem política internacional pelas sociedades secretas, a fim de justificar meios ou atitudes e atemorizar a civilização moderna.

É por este meio, o medo, que pretendem os líderes das grandes nações do mundo controlar as multidões!

Certamente que nesta reunião, não é apenas a relação da Rússia com a Nato, ou ataques terroristas da Al-Qaeda, ou dos Talibans, ou blocos anti-míssil, que verdadeiramente poderão preocupar aos membros da NATO. Mas sim, todos aqueles que constituem uma ameaça à ordem pública, no sentido em que se oponham a eventuais medidas impostas às grandes massas.

http://tv2.rtp.pt/noticias/?t=Cimeira-historica-da-NATO-em-Lisboa.rtp&headline=20&visual=9&article=392888&tm=7

Neste sentido, aqueles que ousassem desrespeitar uma eventual lei dominical, seriam motivo de preocupação para a NATO. E o que é que isto tem que ver com desordem pública?! Se eles fossem acusados de rebelião ou de promotores de rebelião às leis públicas, ou como está profetizado, acusados de atrair a ira de Deus, pelas catástrofes que se abaterão sobre a Terra, então, um grupo como esse não só será, como também acredito que já o é, uma preocupação secreta da NATO, bem como da ONU.

Todos aqueles que se recusarem a obedecer às chamadas medidas de segurança destes organismos, ou até mesmo de outros como a Organização Mundial de Saúde, serão vistos como verdadeiros terroristas e ameaças à ordem pública. Ou seja, se eu me recusar a ser vacinado, não aceitar que me introduzam um chip, não colocar os meus filhos numa escola pública, ou por exemplo, se eu me pronunciar contra a igreja católica ou os homossexuais, então eu serei de facto considerado um terrorista tal e qual um membro da Al-Qaeda.

Tendo em vista estes aspectos, acredito que esta cimeira é mais um passo no grande drama das nações para a saída da lei dominical, a qual se aproxima a passos rápidos e seguros!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amálgama de Homem e Besta - O QUE ELLEN WHITE QUIS DIZER?

Este artigo examinará a polêmica declaração da Sra. Ellen G. White sobre ter ocorrido no passado "amálgama de homem e besta"* dando origem a raças inferiores tanto de homens quanto de animais, segundo a perspectiva de dois pesquisadores adventistas de renome na área de Biologia, autores de livros e vários artigos sobre Ciência e Religião: Dr. Frank L. Marsh e Dr. Harold W. Clark. Por Gordon Shigley. Para baixar, clica no título.



(*NOTA: Para ler as declarações directamente no livro Spriritual Gifts, vê o subtítulo "A Amálgama de Homens e Animais" na mensagem
http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2010/11/o-excesso-sexual-no-casamento-e-os.html)

Em 8 de setembro de 1947, quinze dos mais importantes líderes eclesiásticos adventistas do sétimo dia reuniram-se perto da cidade de São Francisco, Califórnia, EUA, para ouvirem dois jovens biólogos adventistas--Dr. Frank L. Marsh e Dr. Harold W. Clark--debater o sentido de duas breves declarações publicadas em meados do séc. XIX pela profetisa de sua igreja, Ellen G. White. Os biólogos (ambos ainda vivos e ativos [N.T.: artigo publicado em junho de 1982]) discutiam se os escritos da Sra. White deixavam implícito que relações sexuais entre homens e animais teriam produzido espécies confusas, contribuíram para deturpar a imagem de Deus no homem e deixaram evidências de sua ação perduradora a serem notadas em certas raças não especificadas de homens.

As implicações raciais explosivas de tais declarações propiciavam um senso de urgência ao debate. A controvérsia girava em torno da insinuação implícita de que os negros descenderiam de união sexual de seres humanos com animais. Teria Deus revelado a Ellen White numa visão que os negros não eram plenamente humanos? Ao longo dos anos, críticos e apologistas de Ellen White postaram-se em batalha em torno desse assunto de elevada carga emocional. Questões menos tangíveis para a igreja assomavam por trás, no horizonte. Como e em que extensão a religião deveria acomodar os dados científicos que contradizem a revelação? Se a inspiração da Sra. White não detém o caráter de infalibilidade, quais eram os seus limites?

James McElhany, presidente da igreja, reuniu o tribunal de "notáveis" ao longo de uma vasta mesa diante de Marsh e Clark, que tomavam assento em frente de prateleiras repletas de publicações da Sra. White, enquanto Milton Kern, presidente dos Depositários das Publicações Ellen G. White, assumia a direção como moderador. Logo após as 9 horas da manhã, Kern iniciou os trabalhos e ofereceu um breve histórico da controvérsia que cercava as declarações sobre a amalgamação.

As declarações da Sra. White primeiro apareceram em Spiritual Gifts, Important Facts of Faith in Connection with the History of Holy Men of Old [Dons espirituais, importantes fatos da fé em conexão com a história de santos homens do passado], uma coleção em quatro volumes primeiramente publicada em 1864. Após descrever uma série de pecados antediluvianos que incluíam os casamentos entre os justos e ímpios, idolatria, poligamia, roubo e assassínio, Ellen White escreveu:

"Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte. Deus propôs-se a destruir aquela raça poderosa e longeva que corrompera os seus caminhos perante Ele." (1)

Sua segunda referência a amálgama veio no capítulo seguinte e tratava de amalgamação entre homem e besta que ocorrera após o dilúvio:

"Cada espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amalgamação, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens." (2)

Ambas as declarações aparecem mais tarde em The Spirit of Prophecy, Vol. 1, e em 1870, na reorganização do material, em Spiritual Gifts. Em 1871 surgem novamente em The Great Controversy, Vol. 1, um título alternativo para The Spirit of Prophecy.

Por fim, quase 20 anos depois, ambas as declarações de amálgama não foram incluídas na edição de Patriarcas e Profetas de 1890. Na compilação de 1947, A História da Redenção, os editores das Publicações Ellen G. White removeram as declarações questionáveis e até certas sentenças do contexto próximo que estão em Patriarcas e Profetas.

Kern observou que as declarações tinham despertado controvérsia quase a partir do tempo em que Ellen White as havia feito publicar em 1864. Durante os últimos 20 anos, ele prossegue, vários homens haviam oferecido diferentes interpretações das declarações de Ellen White, e era propósito daquela reunião ouvir os advogados das duas posições mais vastamente difundidas, após o que haveria oportunidade para perguntas e discussão. Ele, a seguir, passou a palavra a Clark.

Clark ergue-se e começa elogiando Marsh por sua contribuição para o estudo da Criação. No que respeitava ao relacionamento deles quanto à teoria da evolução, observou, estavam 100% ombro a ombro e até concordavam substancialmente em muitos aspectos das declarações sobre a amalgamação. Os ansiosos líderes eclesiásticos sentiram-se aliviados ao perceberem que Clark e Marsh eram tão bons amigos, e as declarações introdutórias de Clark ajudaram a desfazer algo da tensão.

Clark a seguir ofereceu um breve sumário do contexto das declarações sobre amálgama, chamando a atenção à sua localização ao final de um capítulo que detalhava crimes cometidos pelos antediluvianos. Era difícil ler as declarações nos seus contextos sem ver uma série de pecados, dentre os quais o últimos deles, aquele tido por "pecado acima de todo outro"--constituía obviamente o clímax. Não seria provável que Ellen White estivesse falando sobre os casamentos mistos, uma vez que já havia descrito esse pecado num parágrafo anterior. Quatro anos depois que as declarações apareceram, Urias Smith, então editor do órgão adventista Advent Review and Sabbath Herald defendeu-as em sua obra Visions of Mrs. E. G. White: A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures (1868) com uma interpretação que não deixava margem para malentendidos, e Tiago White, o marido de Ellen, havia, em suas próprias palavras, "cuidadosamente lido o manuscrito" antes de recomendar o livro de Smith a ampla circulação.

A conclusão quase certa, prosseguiu Clark, é de que Ellen White também se interessara em como Urias Smith a havia defendido e que ela, também, lera a obra. Clark realçou o seu trabalho com o filho de Ellen White, W. C. White, e D. E. Robinson, seu secretário. Nenhum desses homens tinha duvidado de que Ellen White quis dizer o cruzamento de homem e animal com a frase "amálgama de homem e besta". Conquanto houvesse controvérsia sobre as declarações, críticos e apoiadores igualmente haviam aceito essa interpretação. Quão fácil teria sido corrigir seus críticos em 1870 se ela realmente intencionara fazer com que "o aviltante crime de amálgama de homem e besta" significasse os casamentos mistos entre as raças de Sete e Caim. Era prática comum, prosseguiu ele, que Ellen White fizesse mudanças onde suas palavras provocassem uma interpretação errônea, contudo nesse caso ela não fez qualquer tentativa de esclarecimento, não obstante críticos a aceusassem de ensinar que os negros não eram humanos.

Se alguém analisasse a expressão, "um pecado acima de todo outro . . . foi . . . amálgama de homem e besta", continuou Clark, poderia notar que os termos homem e besta situam-se na mesma relação na sentença; são coordenados. O que quer que se aplique a um, aplica-se ao outro, e é impossível fazer do amálgama de besta com besta ou homem com homem o pecado maior do que idolatria, adultério, poligamia, roubo ou assassínio. A história tem revelado que a coabitação com animais era um dos maiores pecados da antigüidade, havendo disso abundante evidência. Ademais, antropólogos descobriram crânios de semelhança humana em muitas partes do mundo que revelavam afinidades simiescas peculiares. Autoridades competentes haviam descrito características de tribos viventes na África e Malásia de natureza distintamente simiesca. Conquanto não houvesse evidência positiva de que homem e animais pudessem hoje cruzar, havia, não obstante, muitos fatos a indicar que um tal cruzamento poderia ter tido lugar no passado. Ademais, as ordens de Deus para Israel especificamente proibindo a coabitação de homem e besta indicavam que a humanidade estava praticando esse aviltante crime. Dizer que a amalgamação entre homem e besta nunca ocorrera no passado porque não ocorre hoje, destacou Clark, é tomar a mesma posição do uniformismo que desorientou os geólogos. Houve, de fato, somente um fato objetivo que não podia ser explicado: a falta de autêntico registro de um tal cruzamento. Esse fato único não justifica a conclusão de que "um pecado acima de todo outro" cometido pelos antediluvianos fossem os casamentos inter-raciais ou casamento entre crentes e descrentes. Tal interpretação faria violência à linguagem que Ellen White realmente utilizou. Ao contrário, duas conclusões ficavam claras: Ellen White sabia o que quis dizer, e ela claramente intencionou que seus leitores interpretassem o "aviltante crime" como ato sexual incluindo o cruzamento de homem e besta.

Eram agora 9:45 da manhã e Kern convocou Marsh. Ele começou com algumas poucas palavras de louvor a Clark, e observou serem bons amigos que meramente mantinham uma diferença profissional de opinião sobre declarações que sempre haviam sido pouco claras em seu real sentido. Daí, chamou a atenção à definição de amálgama de J. R. Bartlett no Dictionary of Americanisms de 1859. Nos Estados Unidos a palavra "amalgamar" era universalmente aplicada à mistura das raças branca e negra, destacou, e somente desde o início do século XX a palavra "hibridização" tinha se tornado um substituto perfeitamente satisfatório. Mas ao tempo em que Ellen White escreveu as declarações sobre amálgama, "o amálgama de homem" traria à mente do leitor comum uma fusão de duas raças, nesse caso a ímpia raça de Caim e os descendentes de Sete, tementes a Deus. Nem a linguagem das declarações por si próprias, as Escrituras, as descobertas da ciência, nem quaisquer outras declarações dos escritos da Sra. White tornavam obrigatória a conclusão de que o homem cruzara com besta. Suponha-se, sugeriu ele, que na primeira declaração Ellen White tivesse dado o sentido de que o homem havia cruzado com besta. Como poderiam ambos os resultados declarados ocorrer? É verdade que a imagem de Deus poderia ser deturpada, mas causaria isso confusão por toda parte? O homem podia, afinal de contas, coabitar com não mais do que umas poucas formas, e coabitação era sinônimo de hibridização. As Escrituras tornam claro, prosseguiu, que o principal pecado que tornou o dilúvio necessário foi a promiscuidade dos "filhos de Deus" e "filhas dos homens". Ademais, se o Espírito Santo realmente tivesse dito a Ellen White que o homem cruzara com besta, ela não teria eliminado as declarações sobre amálgama de Patriarcas e Profetas.

Marsh agora introduziu o testemunho da ciência. Um dos princípios mais bem demonstrados em Biologia, observou ele, era que as diferentes espécies de animais do Gênesis não cruzam entre si, nem mesmo ao ponto de produzir híbridos estéreis. Não havia razão, seja a partir de dados modernos ou do registro fóssil, para supor que essa não fosse uma lei que remonta à Criação. Se o amálgama das espécies do Gênesis fora o principal pecado a causar destruição de formas terrestres necessárias, deveríamos poder encontrar essas formas amalgamadas como fósseis. Quanto à suposta defesa de Urias Smith das declarações sobre a amalgamação e a reimpressão inalterada de ambas as declarações dois anos depois, isso dificilmente provaria que Ellen White quis dizer que homem e besta haviam cruzado. Ela não fizera qualquer declaração com respeito à defesa de Smith. Além disso, conquanto fosse difícil explicar como homem podia cruzar com besta, dificilmente seria necessário explicar como poderia haver amálgama de seres humanos entre si. Marsh volveu-se na direção da prateleira com livros da Sra. White que rodeavam o salão de conferências, alcançou um exemplar de Fundamentals of Christian Education, e leu na base da página 499: "O inimigo regozijava em seu êxito de deturpar a imagem divina na mente das pessoas . . . Mediante casamentos com idólatras e constante associação com eles. . ." Marsh realçou a sua posição: "Ellen White disse que o amálgama deturpava a imagem de Deus. Aqui declara que os casamentos mistos apagaram a imagem divina".

Finalmente, Marsh destacou o sensível tema da raça. Aos que insistiam em que evidência de amálgama de homem e besta podia ser vista em "certas raças de homens", restava a impossível tarefa de apontar as raças parte humanas e parte bestiais. A conclusão pareceria óbvia: o amálgama de homem deturpava a imagem de Deus; o amálgama de raças dentro das espécies criadas de animais produzia espécies confusas. Não devemos macular o inestimável dom de Deus aos adventistas encontrando insinuações de caráter racial nas declarações e admoestações da Sra. White, concluiu ele. (3)

Bem antes de Marsh e Clark serem ativos, as declarações de Ellen White haviam despertado discussão tão logo apareceram impressas. A controvérsia, então, havia girado em torno da questão de negros serem o resultado da hibridização de humanos com bestas. Em The Visions of Mrs. E. G. White, uma apologia para o dom de profecia de Ellen White, Urias Smith respondeu a 52 objeções que críticos suscitavam a respeito de Ellen White. Sob a "Objeção 39: A Raça Negra Não é Humana" ele argumentou que Ellen White havia feito a segunda declaração de amalgamação "no propósito de ilustrar a profunda corrupção e criminalidade a que a raça humana caíra, mesmo uns poucos anos após o dilúvio,"(4) e não ensinar que negros não fossem humanos:

"Houve amálgama; e o efeito é ainda visível em "certas raças de homens". . . . Os que fazem exceção de animais sobre os quais os efeitos desta obra são visíveis são chamados pela visão de "homens". Agora, sempre temos suposto que quem quer que haja sido chamado de homem deve ser considerado um ser humano." (5)

Não obstante, que as raças atuais incluíam descendentes de homens que chegaram à existência em resultado de cruzamentos homem-animal estava além de discussão, argumentava Smith, citando "casos tais como os bosquímanos da África, algumas tribos de hotentotes, e talvez os índios cavadores em nosso próprio país, etc." Ademais, reivindicava ele, naturalistas achavam impossível "dizer exatamente onde o humano termina e o animalesco começa. Podemos supor que isso assim foi ordenado por Deus no princípio? Antes, não tem o pecado maculado as fronteiras desses dois reinos?" (6) Conquanto Ellen White não tivesse especificado que raças ela desejava que seus leitores considerassem como evidência parcial do "aviltante crime", a enumeração por Smith de raças específicas tendia a sustentar o ponto de vista de que Ellen White não esperaria que alguém tivesse dificuldade em identificar as "certas raças de homens". Ao Urias Smith defender as declarações de amalgamação de Ellen White, ele claramente refletia a idéia popular de seu tempo de que cruzamentos entre homens e animais haviam criado uma terra-de-ninguém entre humanos e animais, habitada por gorilas, chipanzés, selvagens bosquímanos da África, patagônios e hotentotes.
As posições de Urias Smith eram compatíveis com estudantes da "Escola Americana" de antropologia, que estava alcançando o seu pico de influência nos Estados Unidos em meados do século XIX. Esses antropologistas alegavam que espécies poderiam cruzar-se para produzir formas intermediárias de descendentes. (7) Argumentavam que a mera observação demonstrava que raças de homens eram capazes de cruzar-se ainda que constituindo-se espécies separadas que Deus tencionara deverem permanecer separadas. Smauel George Morton, fundador da paleontologia invertebrada na América e autor do controverso Crania Americana (1839), sugeria que uma vez que desenhos de tumbas egípcias, conhecidas como tendo pelo menos 3.000 anos de idade, revelavam as raças em todo detalhe tão distintas então como agora, não fazia sentido presumir que causas naturais tivessem produzido as raças no que poderia ser "no máximo mil anos" desde o dilúvio. (8) O mais provável é que Deus tivesse criado as raças a partir dos três filhos de Noé, ou talvez junto à Torre de Babel. Reconhecendo que a hibridização seria o campo de batalha sobre que venceriam ou perderiam o seu caso, proponentes da "Escola Americana" atacaram a validade da infertilidade como um teste para espécies. Em, 1847 Morton publicou uma dissertação no prestigioso American Journal of Science que alegava que híbridos existiram dentre uma impressionante variedade de organismos, incluindo o cervo e o porco selvagem, o touro e a ovelha, ovelhas e cervos, bem como muitos outros cruzamentos entre diferentes espécies de peixes, aves e insetos. (9)
Tiago White leu o livro de Smith e o recomendou entusiasticamente com a seguinte nota na Review and Herald de 25 de agosto de 1868:

"A Associação acaba de publicar um panfleto intitulado "The Visions of Mrs. E. G. White, A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures" [As Visões da Sra. E. G. White, uma manifestação dos dons espirituais segundo as Escrituras]. É escrito pelo redator da Review. Enquanto lia cuidadosamente o manuscrito, senti-me muito grato a Deus por nosso povo poder ter essa apta defesa daqueles pontos de vista tão amados e entesourados, enquanto outros os desprezam e a eles se opõem. Este livro está destinado a ter ampla circulação." -- Tiago White. (10)

Tiago e Ellen White levaram 2.000 exemplares do livro de Smith com eles para reuniões campais naquele ano. (11)
A despeito da defesa de Smith das declarações de Ellen White, a controvérsia nunca foi totalmente superada. Mesmo quando Ellen White eliminou as declarações de seu novo livro, Patriarcas e Profetas (1890), as velhas declarações permaneceram um tópico de muito debate.

Quarenta anos depois do aparecimento de Patriarcas e Profetas, cientistas haviam começado a lançar uma longa sombra sobre a interpretação tradicional de Urias Smith. Não poderia mais ser alegado, como Urias Smith havia feito uma vez, que "ninguém" negava a possibilidade de cruzamentos de homem com animal. As declarações de amalgamação tornaram-se um tópico popular de debate entre adventistas interessados em ciência natural e revelação.
Na edição de The Ministry de abril de 1931, George McCready Price, o mais destacado oponente da evolução na igreja, propôs que se realizasse uma ligeira alteração na linguagem das declarações de Ellen White--o acréscimo de uma simples palavra entre colchetes--que poderia reconciliá-las com a ciência e remover toda dificuldade associada à controvérsia.

"Sem tentar lidar com todas as interessantes declarações nesta passagem, posso permitir-me dizer algumas palavras sobre a última parte, que julgo ser a porção mais tendente a incompreensões. Permitam-me reescrever uma palavra entre colchetes, e penso que a suposta dificuldade desaparecerá quase por encanto. "Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e [de] besta, como pode ser visto em quase infinitas variedades de espécies de animais, e em certas raças de homens." (12)
Price estava propondo duas amalgamações independentes--uma para raças de homens e outra para união de várias espécies animais.
Sua solução despertou uma tempestade de oposição. Um dos primeiros a reagir no mesmo ano foi D. E. Robinson, por muitos anos secretário pessoal de Ellen White. Numa dissertação intitulada "Amalgamation Versus Evolution", Robinson declarou que a inserção da palavra "de" por Price na declaração de Ellen White violentava o "sentido óbvio" pretendido pela própria autora (13). Argumentou ainda que as declarações de amálgama ajudavam a resolver alguns dos problemas no conflito entre ciência e religião, tais como "de que forma tal variedade de animais . . . poderia ter sido produzida no breve período permitido pela cronologia bíblica . . ." (14) e o problema de anatomia comparativa:

"A declaração da Sra. White, se aceita, resolverá problemas relacionados com a semelhança física bem próxima entre homem e alguns dos símios, havendo entre estes e os macacos de rabo diferença estrutural maior do que entre eles e o homem. Qualquer um que observar o chipanzé, o gorila, ou o orangotango não acharia difícil crer que procederam de algum ancestral comum com a raça humana." (15)
Exatamente que raças de homem realmente revelaram indícios de ancestral animal, Robinson admitiu, era impossível determinar: a Sra. White não havia especificado as "certas raças de homens".
O envolvimento de Harold Clark com o problema dos pontos de vista de Ellen White sobre amalgamação começaram quando seus estudantes de Biologia no Pacific Union College lhe perguntavam repetidamente sobre tais declarações. Após consultar os pastores W. C. White e Dores Robinson, sendo o último secretário da Sra. White e um primo da primeira esposa de Clark, este sentiu-se obrigado a propiciar pelo menos uma explicação razoável para as enigmáticas declarações. (16) Em 1940 ele completou Genes and Genesis, onde sustentava a interpretação oficial e sugeria possíveis cruzamentos no reino animal. Mesmo que seus exemplos se demonstrassem errôneos, Clark sentia que o princípio básico subjacente às declarações de Ellen White eram válidos.
No ano seguinte, o livro foi tão altamente reputado pela denominação que chegou a ser escolhido para o curso de leitura ministerial. Mas na primavera do mesmo ano, Frank L. Marsh, então recém-formado pela Universidade de Nebraska com um título doutoral, observou que os cientistas não foram capazes de encontrar um único exemplar de híbrido entre homem e besta. Talvez fosse melhor, sugeria ele, aceitar a versão de Price, afinal de contas, quanto ao "amálgama de homem e (de) besta".
Antes do final de 1941 Marsh completou o seu próprio Fundamental Biology, um texto mimeografado de 128 páginas que destacava a falta de evidência científica para a crença na possibilidade de diversos organismos se cruzarem (17). Ellen White, argumentava Marsh em dois capítulos dedicados à questão da amalgamação, não dissera que homem havia cruzado com besta. Se espécies confusas resultaram da amalgamação, estas se limitavam a híbridos entre animais intimamente relacionados da mesma espécie do Gênesis. Se Ellen White dissera ter havido união de homem e besta, ela, referia Marsh, "estaria em conflito com todas as leis da Genética" (18). Numa troca de cartas com Marsh em 1941, Clark argumentava que o que poderia ocorrer agora não era um guia seguro para determinar o que poderia ter ocorrido no passado e advertia Marsh quanto ao perigo de cair no erro uniformista que desorientara os geólogos. (19)
Em 1º de março de 1942 Marsh e Clark completaram dissertações defendendo suas posições alternativas e atacando os pontos de vista contrários. O escrito de Clark, "Amalgamation: An Analysis of the Problem of Amalgamation" [Amalgamação: Uma análise do problema da amalgamação] ressaltava que a expressão proposta por Marsh--amálgama de homem (com homem) e besta (com besta)--deixava "besta com besta" numa situação impossível. "A fim de conseguir qualquer sentido disso devemos subentender que foi um pecado que uma espécie de animal cruzasse com outra". (20)
Em sua dissertação, "Analysis of the Amalgamation Statements" [Análise das declarações sobre amalgamação], Marsh argumentava que os cruzamentos entre as diferentes espécies, inclusive o homem e os macacos antropóides, eram contrários a todas as leis da Genética. Para evitar que ficasse implícito que os casamentos inter-raciais hoje ainda constituem um "crime aviltante", Marsh escreveu que, conquanto Ellen White tivesse chamado a amalgamação antes do dilúvio um "crime aviltante", a amalgamação após o dilúvio pode não ter sido um pecado em absoluto. (21)
Evidência adicional de que "o aviltante crime de amálgama de homem e besta" não se refere à fusão de homem e besta foi descoberta, dizia Marsh, "na remoção das declarações sobre amalgamação da história bela e cuidadosamente reescrita em Patriarcas e Profetas, um relato que contrastava nitidamente com o escrito anterior, preparado "um tanto livremente". (22) Com este argumento Marsh introduzia uma das questões mais curiosas surgidas da controvérsia sobre a amalgamação: o estilo literário de Spiritual Gifts é tão pobre que uma compreensão correta das declarações sobre amalgamação se torna muito difícil. Somente Patriarcas e Profetas indica claramente o que Ellen White quis dizer por "um pecado acima de todo outro", ou seja, os casamentos mistos entre os justos e os ímpios, sustentava ele. (23)
Embora fossem simpáticos ao desejo de Marsh em conciliar as declarações sobre amalgamação com a ciência, Robinson e Clark, ainda concordavam em que Ellen White decerto intencionara que seus leitores imaginassem um crime sexual, e que o amálgama de homem e besta após o dilúvio representasse a mesma atividade prevalecente antes do dilúvio; obviamente sendo de igual maneira um "crime aviltante". Ademais, parecia-lhes algo irônico ter a amalgamação "contrafazendo em parte a degeneração de milênios de atividade satânica" quando fora a amalgamação que supostamente produzira a degeneração em primeiro lugar.
Marsh permaneceu inabalável. Em Evolution, Creation and Science, concluído em 1944, ele argumentava que tendo sido "a óbvia intenção do Criador manter as espécies separadas", Deus deve ter criado cada tipo com protoplasmas "fisiologicamente incompatíveis" com o de uma espécie diferente. (24)
Clark logo respondeu a Marsh, visando à sua interpretação de que a amalgamação significara cruzamentos somente entre variedades da mesma espécie do Gênesis: "Presumindo que a hibridização referida em Spiritual Gifts era entre raças ecológicas, teríamos a palavra da Inspiração declarando num lugar que grupos normalmente férteis eram permissíveis dentro da espécie, mas asseverando noutra declaração que os produtos de tais raças tinham negada a entrada na arca [de Noé] por serem confusas, resultantes de processos que Deus não aprova”. (25)
Pelo fim de 1946, contudo, o contínuo progresso da Genética, o evidente choque entre Ciência e Revelação, e a necessidade de abordar as implicações raciais do ponto de vista tradicional das declarações de amalgamação combinaram-se para fazer com que a interpretação de Marsh parecesse mais e mais atraente. No verão de 1947, pouco antes do confronto na Califórnia, Marsh reuniu-se privadamente com o presidente da Associação Geral, McElhany, e vários outros líderes denominacionais em Washington D.C., que participariam da reunião de setembro. Viera a convite deles e passou uma noite inteira detalhando o seu parecer e advertindo quanto aos perigos associados com outras interpretações, tanto no campo da ciência quanto no das relações raciais. Em retrospecto, Marsh pode ter ido à Califórnia já como o vencedor.

Na Califórnia, dia 8 de setembro de 1947, ambos os homens haviam completado suas apresentações às 10:15 da manhã; Kern solicitou perguntas e discussões sobre a questão. Clark recebeu a maior parte das perguntas, e segundo prosseguia a sessão tornava-se evidente que a maioria dos líderes, não obstante o que pudessem julgar ser as intenções originais de Ellen White, claramente favoreciam a posição que poderia acomodar a Ciência e desativar os problemas de caráter racial associados com as declarações de amalgamação. Marsh oferecia exatamente tal solução. Se a sua interpretação parecia um pouco forçada mesmo para alguns de seus defensores, não obstante era possível e razoavelmente defensável. Após um intervalo para almoço, a discussão foi reencetada com cerca de um terço do grupo ausentando-se, somente para ser interrompida às 3 da tarde sem um voto tomado. Ao final da reunião Kern e Marsh discutiram como as perguntas tinham sido encaminhadas e concluíram que se um voto houvesse sido tomado, teria por resultado, na pior das hipóteses, 12 a 3 em favor de Marsh.
Os oficiais da igreja não encorajaram Marsh nem Clark a escreverem sumários de seus pontos de vista. Todavia, quando Marsh retornou ao Union College ele julgou que um sumário seria útil para os seus estudantes. Em 16 de novembro de 1947 completou uma dissertação de 11 páginas, "The Amalgamation Statements", e remeteu-o a Clark sugerindo que ele, também, escrevesse uma dissertação sumariando brevemente os seus argumentos. Em 1º de março de 1948, Clark completou o seu "Amalgamation: A Study of Perplexing Statements Made by Mrs. E. G. White" [Amalgamação: Um estudo de declarações desconcertantes da Sra. E. G. White]. Incluía uma refutação ponto por ponto da última dissertação de Marsh. Sobre a sugestão de Marsh de que híbridos somente poderiam resultar do cruzamento da mesma "espécie" de animais, por exemplo, Clark novamente desejava saber por que tal atividade se constituiria um "crime aviltante".

"Quando duas criaturas cruzam entre si, de maneira nenhuma produzem uma espécie corrompida ou confusa. Elas simplesmente dão origem a uma nova variedade dentro da mesma espécie. Tais cruzamentos parecem ser processo perfeitamente natural e bem ordenado." (26)
Tampouco podia Clark crer que o "amálgama de homem e besta" após o dilúvio não se tratasse da mesma atividade de antes do dilúvio, ou que em qualquer medida tivesse decaído em pecaminosidade. Em vista de que a dissertação de Clark respondia a argumentos particulares de Marsh em dissertações passadas, Marsh decidiu redigir apenas um documento mais: "A Discussion of Harold W. Clark's Paper 'Amalgamation', Published March 1, 1948" [Uma discussão da dissertação 'amalgamação' de Harold W. Clark, publicada em 1º de março de 1948].
A real batalha estava terminada, contudo, e estas eram basicamente escaramuças de pós-guerra. Os pontos de vista de Marsh prevaleceram. Em 1951, quando F. D. Nichol estava preparando a sua obra Ellen G. White and Her Critics, ele solicitou todas as dissertações de Marsh sobre amalgamação. Marsh lhos enviou e Nichol baseou-se grandemente nelas para o seu capítulo quanto às declarações sobre amalgamação. (27) Os Depositários White tornaram disponível em 1968 uma cópia do capítulo de Nichol, sob o título, "Ellen G. White Statements Regarding Conditions at the Time of the Flood--by F. D. Nichol [As declarações de Ellen G. White concernentes a condições do tempo do Dilúvio--por F. D. Nichol]. Este ainda é o material remetido àqueles que solicitam uma declaração oficial sobre Ellen G. White e a questão da amalgamação.
Por anos a comunidade adventista presumiu que a Sra. White cria que parte da queda do homem envolveu união sexual de homem com animal e defendia seus pontos de vista como científicos. Após 1947 a posição prevalecente mudou e prosseguiu assim por 35 anos. Incapaz de conciliar a mais óbvia leitura das declarações de Ellen White com a ciência, e com um compromisso para com a igualdade genética entre as raças, a Igreja aceitou a engenhosa interpretação de Marsh sobre o que Ellen White quisera dizer. Pode ser que a presente geração de adventistas concorde com as gerações anteriores de adventistas em que--pelo menos numa ocasião--Ellen White realmente creu que amálgama de homem com besta teve lugar, mas não aceitará essa posição como cientificamente abalizada hoje.

NOTAS E REFERÊNCIAS

1. Ellen G. White, Spiritual Gifts, Important Facts of Faith in Connection with the History of Holy Men of Old (Battle Creek: Seventh-day Adventist Publishing Association, 1864), III, p. 64.
2. Ibid., p. 75.
3. Os acontecimentos dessa reunião foram reconstituídos a partir de relatos dados ao autor por Harold W. Clark e Frank L. Marsh e a partir de dissertações escritas antes e imediatamente após a reunião de 1947. Posteriormente remeti uma cópia de minha descrição tanto para Clark como para Marsh para comentário e revisão adicionais.
4. Uriah Smith, The Visions of Mrs. E. G. White: A Manifestation of Spiritual Gifts According to the Scriptures (Battle Creek: Seventh-day Adventist Publishing Association, 1868), p. 103.
5. Ibid.
6. Ibid.: "Alguém negará a declaração geral contida na citação acima dada? Ninguém. Se alguém o fizesse poderia ser facilmente silenciado por uma referência a tais casos como os selvagens bosquímanos da África, algumas tribos de hotentotes, e talvez os índios cavadores [? - Digger] de nosso próprio país, etc. Ademais, os naturalistas afirmam que a linha de demarcação entre o humano e raças animais é perdida em confusão. É impossível, como afirmam, dizer exatamente onde o humano termina e o animalesco começa. Podemos supor que isto foi assim determinado por Deus no princípio? Antes, não maculou o pecado os limites desses dois reinos?" Ibid.
7. Para um detalhado relato do surgimento da "Escola Americana" de antropologia, ver William Stanton, The Leopard's Spots: Scientific Attitudes Toward Race in America, 1815-1859 (Chicago: The University of Chicago Press, 1960).
8. Samuel George Morton, Crania Americana; or A Comparative View of the Skulls of Various Aboriginal Nations of North and South America, to which is Prefixed on Essay on the Vaireties of the Human Species (Philadelphia, 1839), pp. 1-3. Ver William Scranton, Leopard's Spots, pp. 24-44.
9. Samuel Morton, "Hybridity in Animals, considered in reference to the question of the Unity of the Human Species", American Journal of Science, 1847, 3 (segunda série): 39-50, 203-212; também citado em William Stanton, op. cit., pp. 114-115. Quando Morton morreu em 1851 estava no auge de sua influência, proclamado como um dos maiores cientistas da América. "Um dos mais brilhantes ornamentos de nossa era e país", elogiava o Daily Tribune, de Nova Iorque, de 20 de maio de 1851, acrescentando que "provavelmente nenhum cientista na América desfrutasse reputação mais elevada entre eruditos por todo o mundo, do que o Dr. Morton". Citado em William Stanton, Leopard's Spots, p. 144.
10. James White, "New and Important Work", Advent Review and Sabbath Herald, XXXII, (25 de agosto de 1868), p. 160. Ao comentar sobre a nota de James White Harold Clark disse: "Este trabalho foi cuidadosamente examinado por James White com a quase certa suposição de que a Sra. White também o teria lido atenciosamente". Harold Clark, "Amalgamation: A Study in Perplexing Statements Made by Mrs. E. G. White", (1o de março de 1948), p. 2. Conquanto Clark questionasse a aplicação de Smith a raças específicas, "é, porém, evidente que ele [Urias Smith] corretamente entendeu o que a Sra. White quis dizer, pois em 1870, quando as declarações foram reimpressas, nenhuma mudança da linguagem foi realizada. Mudanças foram realizadas em outras publicações onde uma errônea interpretação havia sido atribuída às suas palavras". Ibid.
11. Esta informação aparece como uma nota manuscrita na base de uma cópia do escrito de Urias Smith "Objeção 39: A Raça Negra Não é Humana", propiciada por Frank Marsh. Sendo que James White havia sugerido em sua nota da Review que o livro de Smith destinava-se a "circulação bem ampla", pode ser que ele levou essas cópias para venda nas várias reuniões campais daquele ano.
12. George McCready Price, "The Problem of Hybridization". The Ministry (31 de abril de 1931), p. 13
13. D. E. Robinson, "Amalgamation Versus Evolution", s.d., mas escrito pouco após abril de 1931, p. 1.
14. Ibid., p.2.
15. Ibid., p.3.
16. Informação numa carta de Harold W. Clark ao autor (14 de junho de 1979). Tanto Robinson quanto W. C. White definitivamente criam que Ellen White quis dizer amálgama de homem com besta.
17. Informação numa carta ao autor vinda de Marsh (8 de fevereiro de 1979).
19. Harold W. Clark para Frank L. Marsh, 10 de abril de 1941 (cortesia de Frank L. Marsh).
20. Informação de Harold W. Clark (14 de junho de 1979) numa carta ao autor. Ver também Harold W. Clark, "Amalgamation", 1o de março de 1942. Francis D. Nichol, um apologista da igreja que mais tarde defendeu a posição de Marsh em seu Ellen G. White and Her Critics, realmente aceitava esta estranha sugestão. Os animais seriam capazes de "crime aviltante" e "pecado", argumentava Nichol, por estarem violando a lei natural. F. D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics (Washington, D.C.: The Review and Herald Publishing Association, 1951), p. 317.
21. Frank L. Marsh, "Analysis of the Amalgamation Statements", (dissertação não publicada, 1o de março de 1942), p. 5.
22. Por exemplo, ver Frank L. Marsh, "The Amalgamation Statements" (dissertação não publicada, 16 de novembro de 1947), pp. 4, 5. Este argumento tem prosseguido até o presente e é refletido em Ellen G. White de F. D. Nichol. Marsh apresentou o mesmo argumento numa sessão de perguntas e respostas seguindo-se à apresentação sobre "Ciência e Religião" na Universidade Andrews, verão de 1976, para o Workshop sobre Ellen G. White. (Da transcrição da fita com gravação da sessão, feita pelo autor).
23. Ver Marsh, "Amalgamation Within Genesis Kinds", 11 de junho de 1942, pp. 1-4, e "The Amalgamation Statements" (manuscrito não publicado, 16 de novembro de 1947), p. 6. Também a partir de informações numa carta de Frank L. Marsh (26 de março de 1979) ao autor. A não ser pela ausência das declarações sobre amalgamação, as mudanças nos vários relatos são triviais. Comparar Spiritual Gifts, III, pp. 61-74, com The Spirit of Prophecy, I, pp. 67-78, e Patriarcas e Profetas, pp. 90-107. Uma leitura paralela de Spiritual Gifts, The Spirit of Prophecy, e Patriarcas e Profetas, contudo, mostra uma notável semelhança. Uma pessoa pode, de fato, facilmente seguir o fluxo de idéias parágrafo por parágrafo, sentença após sentença, observando onde Ellen White acrescentou material novo, até ao ponto da última palavra antes do parágrafo que começa cada declaração de amalgamação e incluindo-as. A melhoria em estilo literário em Patriarcas e Profetas parece consistir mais na remoção das declarações sobre amalgamação do que em alterações substanciais de linguagem ou novo arranjo de idéias, e fica aquém da tansformação que Marsh deixa implícito quando escreveu: "O escritor treinado vê quase com horror a falta de unidade, coerência e ênfase no texto de 1864. Contudo, . . . nessa descrição [Patriarcas e Profetas] a unidade, coerência e ênfase de seu escrito estão tão acima de repreensão para não deixar dúvida sobre o que constituía o principal. . ."
24. Ver Frank L. Marsh, Evolution, Creation and Science (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Assn., 1944), p. 140. Marsh pediu que o anúncio deste livro como seleção para o Curso de Leitura Ministerial--que vinha na página de título da primeira edição--fosse removido porque "parecia despertar preconceito da parte de alguns evolucionistas (tal como Dobshonsky)". De uma carta de Marsh para o autor, de 26 de março de 1979. A Review and Herald omitiu o anúncio a partir da segunda impressão.
25. Harold W. Clark, "Hybridization in Relation to Genesis Kinds" (Angwin, Calif.: 1o de maio de 1945), p. 2. Leon Caviness, um professor de línguas bíblicas do Pacific Union College, tentou estabelecer um acordo em sua breve dissertação, "The Meaning of the Amalgamation Statements" [O sentido das declarações de amalgamação]. Aqueles que realmente desejavam descobrir o que Ellen White originalmente tencionara dizer com suas declarações não deviam passar por alto o fato de que ela reimprimiu as mesmas expressões, sem alteração, seis anos depois da controvérsia inicial e dois anos depois da defesa de Urias Smith. Caviness não descartou a possibilidade de cruzamentos entre homens e animais, mas julgava que o híbrido, caso pudesse ser produzido, não conduziria à introdução de uma nova espécie intermediária entre homem e macaco. Cada cruzamento representaria um evento simples, e o descendente seria incapaz de cruzamento posterior. Caviness resolveu o problema racial associado às declarações da Sra. White postulando produtos não mais trazidos à existência e um processo não mais funcional, pelo menos entre homem e besta, mas sua tentativa de harmonização não satisfez a nenhum dos lados. L. L. Caviness, "The Meaning of the Amalgamation Statements", s.d., pp. 1-2.
No mesmo mês em que o ensaio de Clark apareceu, Marsh respondeu com "The Basic Unit of Creation", um estudo que empregava a infertilidade como teste para definir as espécies do Gênesis. O argumento resultante parecia circular. Um ano depois ele completou Studies in Creationism, um texto mimeografado usado durante 1946 e 1947 como uma referência para suas classes no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia, em Washington D.C. Marsh dedicou vinte e cinco páginas à questão da amalgamação, novamente declarando a maior parte de seus argumentos anteriores. A Review and Herald Publishing Association publicou uma versão grandemente revista de Studies in Creationism em 1950 que realçava a impossibilidade de que as espécies do Gênesis cruzassem, mas omitia completamente qualquer discussão do próprio problema da amalgamação.
26. Harold W. Clark, "Amalgamation, A revision of a paper issued March 1, 1942", (Angwin, Calif.: 1948).
27. Informação numa carta ao autor procedente de Marsh (10 de janeiro de 1979). estudava pós-graduação na Universidade de Wiscosin, E.U.A.

Obs.: Traduzido de Spectrum, Junho de 1982. O autor, Gordon Shigley, redigiu este artigo enquanto estudava pós-graduação na Universidade de Wisconsin, E.U.A. Retirado de: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:jzBivBzzQCUJ:www.adventistas.com/outubro/04-Amalgama.doc+am%C3%A1lgama+entre+homens+e+animais&cd=3&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Excesso Sexual no Casamento e os Métodos Contraceptivos

“Condescendência excessiva entre casados produz efeitos nocivos tão grandes e permanentes como nos homens e mulheres solteiros, e é nada mais nada menos que prostituição legalizada.” Para baixar, clica no título da mensagem.



“E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. (…)

Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.

E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. (…)

A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.” Gén. 6:1,2,4,5,6,11,12.

Moisés descreveu a terra antes do dilúvio como completamente corrompida, cheia de violência, onde a maldade se multiplicara, onde os pensamentos dos homens eram maus. Até mesmo a geração dos “filhos de Deus”, isto é, da descendência de Sete, pelo menos uma boa parte, contrariamente às orientações divinas, casaram-se com “as filhas dos homens”, ou seja, com mulheres da descendência de Caim.

Não só se casaram como ainda escolheram todas as que quiseram, pois eram formosas. Pecaram ajuntando-se a jugo desigual (II Co. 6:14) e ainda foram mais além, cometendo adultério e poligamia. Será que “as filhas de Deus” não eram formosas e bonitas?! Certamente o seriam, mas decerto também eram mais modestas, recatadas e honradas. O mesmo não se passaria com “as filhas dos homens”, que decerto se vestiam de forma mais provocante e liberal.

Ellen White fez a seguinte descrição acerca da terra antes do dilúvio:

“A poligamia fora logo introduzida, contrária às disposições divinas dadas ao princípio. O Senhor dera a Adão uma só esposa, mostrando Sua ordem a tal respeito. Mas, depois da queda, os homens preferiram seguir os seus próprios desejos pecaminosos; e, como resultado, o crime e a miséria aumentaram rapidamente. Nem a relação do casamento nem os direitos de propriedade eram respeitados. Quem quer que cobiçasse as mulheres ou as posses de seu próximo, tomava-as pela força, e os homens exultavam com suas ações de violência. Deleitavam-se na destruição da vida de animais; e o uso da carne como alimento tornava-os ainda mais cruéis e sanguinolentos, até que vieram a considerar a vida humana com espantosa indiferença.” Patriarcas e Profetas, págs. 91,92.

A Amálgama de Homens e Animais

Infelizmente, a imoralidade de então foi ainda mais longe. Lamentavelmente, a igreja adventista do sétimo dia tem camuflado e forjado algumas descrições de Ellen White a este respeito, que contradizem as ciências modernas. É o caso da amálgama entre homens e animais, descrito no vol. III de Spiritual Gifts, Important Facts of Faith, in Connection with the History of Holy Men of Old, [Dons espirituais, importantes factos de fé, em conexão com a história de santos homens do passado], pertencente a uma colecção de quatro volumes publicada pela 1ª vez em 1864:




Tradução da frase da página 64: “Mas se houve um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte. Deus propôs-se a destruir aquela raça poderosa e longeva que corrompera os seus caminhos perante Ele.”

Tradução da frase da página 75: “Cada espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta, como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais, e em certas raças de homens.”

Assim, não admira que existam espécies animais tão semelhantes ao homem, e homens tão semelhantes a estes. Estas frases são bastante esclarecedoras no sentido de nos mostrar que os macacos e outros animais da mesma espécie podem ter sido fruto desta amálgama, em vez de ser o homem o resultado de uma evolução dos mesmos, como falsamente afirma a ciência. Por outro lado, esclarece-nos acerca das esquisitas semelhanças entre certos (considerados) primatas e os seres humanos, bem como dos diversos fósseis e esqueletos que se assemelham simultaneamente à forma de um homem e à de um primata (http://www.atarde.com.br/mundo/noticia.jsf?id=2231562). Para compreender um pouco mais sobre este assunto, ler o artigo de Gordon Shigley, traduzido da revista Spectrum, Junho de 1982.

(http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:jzBivBzzQCUJ:www.adventistas.com/outubro/04-Amalgama.doc+am%C3%A1lgama+entre+homens+e+animais&cd=3&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt)

Quanto a isto, podemos dizer que a degeneração da raça humana antes do dilúvio se acentuou em grande escala pelos excessos sexuais do homem, ao ponto de fornicar com animais, facto abominável e nojento, até mesmo para a vil compreensão humana da sociedade actual. Vemos que para isto, muito contribuiu a alimentação cárnea, a qual não era de modo nenhum sancionada por Deus antes do dilúvio.

A corrupção foi tão grande que chegou ao ponto de Deus se arrepender, isto é, de se desgostar de tal maneira que decidiu pôr um ponto final na situação, pois Jeová não se arrepende (Nm. 23:19), sendo, ao contrário do homem, omnisciente e conhecedor de tudo.

Finalmente, o próprio Jesus descreveu esta situação, afirmando claramente que assim como foi nos dias de Noé e Ló, será antes da Sua 2ª vinda:

“E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.” Luc. 17:26-29.

Nós que vivemos nos dias anteriores à vinda de Jesus, podemos comprovar a veracidade das palavras de Jesus. Vivemos na era do sexo! Tudo apela ao sexo depravado. Desde programas televisivos, internet, revistas, cartazes publicitários, todo o tipo de marketing, educação, alimentação, vestuário, etc., tudo apela às práticas sexuais mais depravadas, aos mais baixos apetites carnais.

Verdadeiramente, as pessoas casam-se e tornam-se a dar em casamento, seja adulterando, ou divorciando-se para se tornarem a casar, o que foi proibido por Jesus, a não ser em caso de adultério, para o cônjuge inocente (Mat. 5:32). A formosura, a beleza, a elegância passaram a ser a regra básica na escolha de uma mulher ou homem, não digo de uma esposa/o, pois não é isso que a generalidade dos homens e mulheres actualmente procuram, mas antes, a satisfação dos apetites carnais ou de interesses pessoais.

É por isso que a avalanche da homossexualidade está a aumentar em todo o mundo a um ritmo alucinante, tendo até mesmo o apoio daqueles que são considerados os mais honrados homens das diferentes nações. Assim se cumprem também as palavras de Paulo:

“Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; (…) Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.” Rm. 1:24,26,27.

Até quando Deus tolerará este estado de coisas?! Se aos sodomitas lhes fosse possível contemplar o mundo actual, iriam reclamar de Deus a destruição da terra, pois que se tornou ainda mais ousada, corrupta e depravada que a Sodoma e Gomorra e restantes cidades da planície do passado.

No entanto, ao fazermos a aplicação das palavras de Jesus aos nossos dias, de que, como foi nos dias de Noé e Ló, será na vinda do “Filho do homem”, podemos constatar que essa amálgama entre homens e animais se verifica hoje, sendo esses casos cada vez mais frequentes, constituindo uma das abomináveis características desta última geração de ímpios. Muitas pessoas chegam a valorizar mais os animais que os próprios seres humanos.

Se essa não fosse uma possibilidade, ou algo que não se tivesse já verificado, e até mesmo para o professo povo de Deus, não teria sido necessária a proibição de coabitação entre homem e animal na Bíblia (Lv. 18:23-25)!

A Questão do Excesso Sexual


Anteriormente, ao escrever sobre a masturbação, apresentei frases de Ellen White que mostravam que precisamente este pecado, bem como o da homossexualidade, estão presentes entre o professo povo de Deus. Mas quero agora falar em relação ao excesso sexual no casamento entre o professo povo de Deus e suas terríveis consequências, e de que maneira os adventistas do sétimo dia estão abandonados “às paixões infames”!

Ellen escreveu algo muito interessante acerca deste assunto:

“O homem veio das mãos de Deus perfeito em toda faculdade da mente e corpo; em perfeito vigor, portanto, em perfeita saúde. Foram necessários mais de dois mil anos de indulgência de apetite e paixões lascivas para criar tal estado de coisas no organismo humano para diminuir a força vital.” Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, pág. 29.

A serva do Senhor fala-nos aqui de um conceito muito importante, a força vital, a qual diminuiu em consequência da prolongada satisfação dos apetites e paixões lascivas do ser humano, como vimos anteriormente.

O pioneiro adventista John Loughborough explicou detalhadamente o que é a força vital, ou seja, a herança genética em termos de vitalidade, recebida dos pais:

“What is the vital force of the human body?

It is that power placed in the human body, at its birth, which will enable the body, under favorable circumstances, to live to a certain age. It is this which enables the body to rally and bring to bear its energies in throwing off disease. (…)

Can the original stock of this vital force be increased or diminished?

It cannot be restored when once expended, but it may be wasted, and life shortened proportionately. If the life force has been measurably wasted, by placing the person in the most favorable relations to life, his days may be protracted to a much greater extent than if he were left to follow out the ordinary habits of life. A realizing sense of these facts should certainly lead us to manifest the greatest care, lest we overtax our energies, waste our life force, and shorten our days.” Handbook of Health, pág. 14,15.

http://temcat.com/L-1-adv-pioneer-lib/JNLOUGH/HANDBOOK.pdf

Tradução: "O que é a força vital do corpo humano?

É aquele poder colocado no corpo humano, por ocasião de seu nascimento, que capacitará o organismo, sob circunstâncias favoráveis, a viver até certa idade. É ela que capacita o corpo a recuperar e utilizar as suas energias no expulsar a doença. (…)

Pode o stock original desta força vital ser aumentado ou diminuído?

Não pode ser restaurado, uma vez gasto, mas pode ser perdido, e a vida proporcionalmente encurtada. Se a força vital tem sido em certa medida perdida, estando a pessoa nas mais favoráveis relações de vida, os seus dias podem ser prolongados em muito maior extensão do que se lhe fosse permitido prosseguir com os comuns hábitos de vida. A percepção destes factos deveria certamente levar-nos a manifestar o maior cuidado, a fim de não abusarmos das nossas energias, perdermos a nossa força vital e encurtarmos os nossos dias."

Quer isto dizer que se nós não cuidarmos da nossa saúde, e não adoptarmos bons hábitos de vida, estaremos a diminuir esse stock de energia vital que recebemos de nossos pais ao nascermos, e consequentemente a acrescentar sofrimentos à nossa existência, encurtando assim a nossa vida. Paulo adverte-nos para o facto de que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo de Deus, e que nós seremos responsabilizados pela forma como tratamos dele (I Cor. 6:19,20). Sendo assim, tudo aquilo que enfraquece o nosso organismo deve ser posto de lado, de forma a remediar os erros do passado. Tudo aquilo que nos impossibilita de servir a Deus de uma forma mais vigorosa e perfeita, deve ser abandonado.

Quão importante é então que estudemos as leis que regem o nosso ser, de tal forma que possamos ter o máximo de cuidado com o nosso corpo, que não nos pertence, mas ao nosso Criador, o Senhor Jeová!

O médico adventista Dr. J.H. Kellogg escreveu (antes da sua apostasia), em 1877, acerca do excesso sexual, que afecta muitos cristãos, e até mesmo os adventistas:

“The reproductive act is the most exhaustive of all vital acts.

The effects upon the female are even worse than those upon the male; for, in addition to the exhaustion of nervous energy, she is compelled to endure the burdens and pains of child-bearing…” Plain facts for old and young : embracing the natural history and hygiene of organic life, págs. 119.

(http://etext.lib.virginia.edu/etcbin/toccer-new2?id=KelPlai.sgm&images=images/modeng&data=/texts/english/modeng/parsed&tag=public&part=all)

Tradução: “O acto reprodutivo é o mais esgotante de todos os actos vitais. (…)

Os efeitos sobre a mulher são ainda piores do que aqueles sobre o homem; porque, em adição à exaustão da energia nervosa, ela é forçada a suportar os fardos e as dores do parto…”

Quer isto dizer que se nós zelamos pela nossa saúde devemos ter, entre outros cuidados, uma especial atenção ao excesso sexual, já que o sexo consome em grande maneira a nossa saúde e desgasta todo o nosso organismo.

Os excessos sexuais têm origem sobretudo nos homens, mesmo considerando que actualmente as mulheres se tornaram mais atrevidas e ousadas, mais propícias para os apetites carnais e mais susceptíveis de desejarem ser satisfeitas. Isto tem muito que ver com a mudança do papel da mulher na sociedade, assemelhando-se este, na maioria dos casos, ao do homem. O Dr. Kellogg explica um pouco como deveria ser o comportamento das mulheres, descrevendo um pouco a realidade do séc. XVIII:

“I should say that the majority of women, happily for them, are not very much troubled with sexual feeling of any kind. What men are habitually, women are only exceptionally. (…)

The best mothers, wives, and managers of households know little or nothing of sexual indulgences. Love of home, of children, of domestic duties, are the only passions they feel. As a general rule, a modest woman seldom desires any sexual gratification for herself. She submits to her husband, but only to please him; and but for the desire of maternity, would far rather be relieved from his attention.” Plain facts for old and young : embracing the natural history and hygiene of organic life, págs. 474, 475.

Tradução: “Devo dizer que a maioria das mulheres, felizmente para elas, não se preocupa muito com sentimentos sexuais de qualquer espécie. O que os homens são habitualmente, as mulheres são apenas excepcionalmente. (…)

As melhores mães, esposas e administradoras do lar pouco ou nada sabem sobre condescendências sexuais. O amor ao lar, aos filhos, aos deveres domésticos, são as únicas paixões que sentem. Como regra geral, uma mulher modesta raramente deseja qualquer gratificação sexual para si própria. Ela submete-se ao seu marido, mas unicamente para o agradar; e excepto pelo desejo de maternidade, preferiria de longe ser libertada de sua atenção.”

Ellen White concorda perfeitamente com as frases anteriores, indo ainda mais longe, ao afirmar categoricamente que o excesso sexual desgasta todo o organismo, afectando o cérebro e os nervos, e consequentemente a espiritualidade e relação com Deus:

“Não vêem [os cônjuges] que Deus requer que controlem sua vida matrimonial e evitem quaisquer excessos. Mas bem poucos sentem ser um dever religioso governar suas paixões. Uniram-se em matrimónio para o objecto de sua escolha, e raciocinam, portanto, que o casamento santifica a indulgência de paixões baixas. Mesmo homens e mulheres que professam santidade dão rédea solta a suas paixões lascivas, e não imaginam que Deus os tem por responsáveis pelo gastar a energia vital, o que enfraquece seu vigor na vida e enerva o organismo inteiro.” Testemunhos Selectos, vol. 1, pág. 267.

“O excesso sexual destruirá efectivamente o amor pelos exercícios devocionais e removerá do cérebro a substância necessária para nutrir o organismo, e com muita certeza esgotará a vitalidade. Nenhuma mulher deve ajudar o marido nessa obra de auto-destruição. Ela não o fará se for iluminada e tiver verdadeiro amor por ele.

Quanto mais indulgência às paixões animais for praticada, mais forte se tornarão e mais violentos serão os clamores por mais indulgência. Que mulheres e homens tementes a Deus despertem-se para o seu dever. Muitos professos cristãos estão sofrendo com paralisia de nervos e cérebro dada a sua intemperança nessa direcção.(…)

Não é o amor puro e santo que conduzirá a mulher a satisfazer as propensões animais do marido às expensas da saúde e vida. Se ela possuir verdadeiro amor e sabedoria, buscará distrair sua mente desviando-a da satisfação de paixões lascivas para temas elevados e espirituais, demorando-se em temas espirituais interessantes. Poderá ser necessário instar humilde e afectuosamente, mesmo com risco de seu desagrado, de que não pode rebaixar seu corpo por submissão ao excesso sexual. Ela deve, de modo terno e bondoso, lembrá-lo de que Deus tem a primeira e mais elevada reivindicação sobre o ser inteiro, e que ela não pode desconsiderar tal reivindicação, pois será responsável no grande dia de Deus.” Lar Adventista, págs. 124-126.

A mulher cristã tem assim um importante papel em refrear os apetites sexuais de seu marido, devendo-o distrair com temas mais elevados e espirituais.

Após estas considerações, como saberemos afinal o que é excesso sexual?!

Vamos analisar alguns textos da palavra de Deus que certamente nos irão esclarecer e ajudar a entender este tema.

“E viu Judá ali a filha de um homem cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a por mulher, e a possuiu.

E ela concebeu e deu à luz um filho, e chamou-lhe Er.

E tornou a conceber e deu à luz um filho, e chamou-lhe Onã. (…)

Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, por isso o SENHOR o matou.

Então disse Judá a Onã: Toma a mulher do teu irmão [Tamar], e casa-te com ela, e suscita descendência a teu irmão.

Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão.

E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o matou. (…)

E vendo-a [a Tamar] Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto.

E dirigiu-se a ela no caminho, e disse: Vem, peço-te, deixa-me possuir-te. Porquanto não sabia que era sua nora. E ela disse: Que darás, para que possuas a mim?” Gén. 38:2,3,4,7,8,9,10.

Vemos que tanto Judá como seus filhos, Er e Onã, não tiveram uma boa conduta cristã a nível sexual. O primeiro escolheu erradamente uma mulher cananéia, em vez de uma mulher hebreia, e teve relações extra-conjugais, ao ponto de se ter deitado com a sua nora viúva sem o saber. Os últimos, fizeram “o que era mau aos olhos do SENHOR”. Podemos compreender pelo contexto que não só Onã derramava o sémen por terra, como também seu irmão Er. Se Er não o fizesse seria de esperar que tivesse suscitado descendência a Tamar. Por essa razão é que ambos foram destruídos por Deus! (v. 7,10).

Podemos perguntar porque é que ambos, durante o acto sexual, praticavam a masturbação derramando o sémen por terra? A resposta é óbvia. Eles queriam ter relações sexuais sem terem filhos! Eles queriam satisfazer os seus apetites evitando a concepção da mulher, e isto de uma forma continuada, a fim de poderem ter uma frequência bastante regular do acto sexual. Ou seja, este foi o método contraceptivo que Er e Onã encontraram, a fim de não só impedir a concepção de Tamar, mas também poderem continuar a satisfazer as paixões carnais indeterminadamente.

Foi por isto que Deus os matou, o que quer dizer que se o Senhor Jeová actuasse hoje da mesma forma com Seu professo povo, muitos adventistas do sétimo dia seriam exterminados!

É isso mesmo, Deus proíbe os métodos contraceptivos. Isso é completamente anti-natural no que respeita às leis da saúde, tanto do homem como da mulher. Paradoxalmente, a igreja adventista do sétimo dia defende-os…

Vivemos numa era em que, erradamente, os jovens são desde cedo estimulados não só a praticarem relações sexuais, como também a usarem os métodos contraceptivos como, por exemplo, o tão famoso preservativo, que é agora distribuído gratuitamente nas escolas. As jovens são entusiasmadas, até pelas próprias mães, a utilizarem a pílula, altamente cancerígena, não só para evitar as dores do período menstrual, como também para evitarem gravidezes indesejadas. Vivemos numa época onde o hedonismo e o egoísmo prevalecem, onde a satisfação dos apetites é vista como prioridade. O sexo passou a ser simplesmente, em muitos casos, um mero instrumento dos apetites carnais, não havendo o objectivo de gerar filhos.

Mas não foi assim no inicio, pois Deus ordenou a Adão e Eva:

“Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a…” Gén. 1:28.

Esta ordem pressupõe ter relações sexuais a fim de gerar filhos, e não para satisfazer os apetites sexuais.

“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz”. Gén. 4:1

O apetite sexual deveria ser um instrumento para assegurar algo mais importante, cumprir a ordem “frutificai e multiplicai-vos” a fim de encher a Terra.

O Dr. John Harvey Kellogg escreveu:

“A very few hold that the sexual act should never be indulged except for the purpose of reproduction, and then only at periods when reproduction will be possible. Others, while equally opposed to the excesses, the effects of which have been described, limit indulgence to the number of months in the year.

Read, reflect, weigh well the matter, then fix upon a plan of action, and if it be in accordance with the dictates of better judgment, do not swerve from it.

If the suggestion made near the outset of these remarks, in comparing the reproductive function in man and animals, -- that the seasons of sexual approach should be governed by the inclination of the female, -- were conscientiously followed, it would undoubtedly do away with at least three-fourths of the excesses which have been under consideration. Before rejecting the hint so plainly offered by nature, let every man consider for a moment whether he has any other than purely selfish arguments to produce against it.” Plain facts for old and young: embracing the natural history and hygiene of organic life, pág. 487.

Tradução: “Alguns poucos defendem que o acto sexual nunca deveria ser permitido excepto para o propósito da reprodução, e assim unicamente em períodos em que a reprodução seja possível. Outros, enquanto igualmente opostos aos excessos, aos efeitos dos quais temos estado a descrever, limitam a condescendência ao número de meses do ano.

Leiam, reflictam, pesem bem o assunto, depois escolham um plano de acção, e se ele estiver de acordo com os ditames do melhor julgamento, não se desviem dele.

Se a sugestão feita aproximadamente no princípio destas observações, comparando a função reprodutiva no homem e nos animais, - que as épocas da aproximação sexual devem ser governadas pela inclinação da fêmea, - for conscienciosamente seguida, poderia sem dúvida acabar com pelo menos três quartos dos excessos que temos estado a considerar. Antes de rejeitar a sugestão tão planeadamente oferecida pela natureza, que cada homem considere por um momento se ele tem alguma outra que não seja puramente argumentos egoístas arranjados contra ela.”

“Among cattle, the sexes meet by common instinct and common will; it is reserved for the human animal to treat the female as a mere victim to his lust.” Quarterly Review.” Idem, pág. 464.


Tradução: “Entre o gado, os sexos encontram-se por instinto comum e vontade comum; o animal humano é excepção em tratar a fêmea como mera vítima do seu desejo sexual.”

“Excessive indulgence between the married produces as great and lasting evil effects as in the single man or woman, and is nothing more nor less than legalized prostitution.” Idem, pág. 465.

Tradução: “Condescendência excessiva entre casados produz efeitos nocivos tão grandes e duradouros como nos homens e mulheres solteiros, e é nada mais nada menos que prostituição legalizada.”

Kellogg apresenta ainda o caso extremo de alguém que praticava o sexo diário, demonstrando ser esse hábito, na verdade, um atentado à saúde:

“Another case came under our observation in which the patient, a man, confessed to having indulged every night for twenty years. We did not wonder that at forty he was a complete physical wreck.” Plain facts for old and young : embracing the natural history and hygiene of organic life, pág. 468.

Tradução: Um outro caso foi submetido à nossa observação, em que o paciente, um homem, confessou ter condescendido [sexualmente] cada noite durante vinte anos. Não ficamos admirados de que aos quarenta ele era um autêntico farrapo humano.

Ellen White escreveu algo muito interessante em 1870:

Muitas mulheres sofrem de grande debilidade e doenças crônicas, porque as leis de seu ser têm sido desrespeitadas; as leis da natureza foram calcadas a pés. A energia nervosa do cérebro é esbanjada por homens e mulheres, sendo invocada para uso antinatural a fim de satisfazer baixas paixões; e este odioso monstro - a paixão baixa e vil - toma o delicado nome de amor.


Muitos professos cristãos que passaram diante de mim, pareciam destituídos de domínio moral. Tinham mais de animal que de divino. Eram, na verdade, quase simplesmente animais. Homens dessa espécie degradam a esposa a quem prometeram proteger e amar ternamente. Ela é tornada um instrumento para serviço das propensões vis e concupiscentes. E muitas mulheres se submetem a tornar-se escravas de paixão concupiscente; não possuem seu corpo em santificação e honra. A esposa não conserva a dignidade e o respeito de si mesma que possuía anteriormente ao matrimônio. Esta santa instituição devia ter preservado e desenvolvido seu respeito feminil e sua santa dignidade; mas sua feminilidade pura, digna, divina, tem sido consumida no altar da vil paixão; é sacrificada a fim de agradar ao marido. Em breve ela perde o respeito por ele, que não considera as leis a que a criação irracional presta obediência. A vida conjugal torna-se jugo mortificante; pois o amor extingue-se, substituindo-o freqüentemente a desconfiança, o ciúme e o ódio.” Testemunhos Selectos, Vol. I, págs. 268, 269 (A Solemn Appeal…, pg. 44).

Ellen White está dizendo claramente que muitas doenças das quais as mulheres sofrem, são causadas pelo desrespeito às “leis de seu ser” (da mulher), por parte dos maridos. Diz-nos ainda que “as leis da natureza foram calcadas a pés” e que “a energia nervosa do cérebro é esbanjada… para uso antinatural”, leis essas às quais “a criação irracional presta obediência”. Que leis são estas às quais os animais irracionais prestam obediência, ao contrário de alguns maridos, que têm “mais de animal do que de divino”?! E porque é que ela diz que certos homens são como animais no que respeita às relações sexuais, enquanto noutro lugar honra a atitude dos animais no acasalamento?!

“The general law that the reproductive act is performed only when desired by the female, is sufficient ground for supposing that such should be the case with the human species also.”Plain facts for old and young : embracing the natural history and hygiene of organic life, pág. 463.

Tradução: “A lei universal de que o acto reprodutivo é levado a cabo apenas quando desejado pela fêmea, constitui base suficiente para supor que o mesmo deveria suceder com as espécies humanas.”

Esta frase que Kellogg escreveu sete anos depois, bem como outras que tivemos já oportunidade de analisar anteriormente, nos ajudam a compreender as frases de Ellen White. Ou seja, que os animais têm um tempo próprio para acasalar, e que os machos, mesmo nessas épocas específicas, respeitam a inclinação da fêmea, esperando que ela mesma esteja propícia para tal, não a forçando. As mesmas leis que governam o mundo animal são as mesmas que governam os seres humanos (Gén. 1:22,28), com excepção da lei moral que é apenas para os seres humanos:

“A harmonia da criação depende da perfeita conformidade de todos os seres, de todas as coisas, animadas e inanimadas, com a lei do Criador. Deus determinou leis, não somente para o governo dos seres vivos, mas para todas as operações da Natureza. Tudo se encontra sob leis fixas, que não podem ser desrespeitadas. Todavia, ao mesmo tempo em que tudo na Natureza é governado por leis naturais, o homem unicamente, dentre todos os que habitam na Terra, é responsável perante a lei moral.” Patriarcas e Profetas, pág. 52.

No entanto, também é certo que alguns animais, como o leão, têm uma frequência muito grande do acto de acasalar. Penso que é neste sentido que Ellen White escreveu que certos homens têm “mais de animal do que de divino”, pois suas propensões sexuais são como as desses animais, excessivas, irracionais, além de obrigarem as esposas a praticar esses actos sem terem nenhuma vontade ou inclinação para isso, em detrimento de sua saúde, e isto durante uma boa parte da sua vida. Na verdade como Kellogg mencionou, isso é nada mais, nada menos que prostituição legalizada. Acredito que mesmo os animais irracionais, em determinados casos, devido ao pecado se tornaram até certo ponto “infiéis” a estas leis naturais, tal como o ser humano, isto é, seu instinto se tornou depravado.

Existem diferenças muito grandes entre o acasalamento animal e as relações sexuais entre homem e mulher, tão grandes quanto estes são superiores àqueles. Os animais o fazem de uma forma irracional, contínua, por mero instinto reprodutor, sendo que muitos acasalam com diferentes fêmeas, numa frequência elevada, e em épocas específicas do ano. A relação sexual humana deverá ser o resultado do amor existente entre marido e mulher, e envolver um acto reprodutivo responsável e voluntário.

A mulher está preparada para conceber em determinados períodos de cada mês do ano e, por isso, é possível aos pais escolherem a época do nascimento de seus filhos. Daí resulta que, se o marido não refrear os seus apetites sexuais, a menos que utilize métodos contraceptivos, o que já vimos anteriormente ser pecado e antinatural, sobrecarregará a esposa, contra sua própria vontade, com demasiados filhos.

Creio que os conselhos que Kellogg apresentou são interessantes no sentido de haver um plano ou acordo entre marido e mulher, em relação ao acto sexual em si. Este deverá ser limitado a uma vez por mês - conselho dado por alguns, visto que é com essa periodicidade que há a possibilidade de fecundação, e consequentemente que a mulher estará mais inclinada às relações sexuais.

No entanto, caso não se deseje ou não seja aconselhável uma gravidez, a relação sexual poderá ainda assim ter lugar depois de passada a época da ovulação, dado que a mulher já não será fértil nesse período e desta forma se evita o recurso aos métodos contraceptivos. Ou seja, caso seja conveniente evitar uma gravidez, deve evitar-se a relação sexual durante os cerca de 20 dias depois do início do período menstrual (para ciclos de 28 dias), podendo esta ter lugar nos dias restantes e até ao início da próxima menstruação.

Se os cônjuges dormirem separadamente, ainda que no mesmo quarto, isto os ajudará a refrearem-se e a evitar que se “inflamem” sem ser época ou momento oportuno para se ajuntarem. É interessante notar que Sara tinha uma tenda à parte de Abraão, pois depois de sua morte é-nos dito que Isaque dormiu com Rebeca na tenda de sua mãe (Gén. 24:67). Este era um costume antigo e, mais recentemente, já no século XIX, era um hábito comum, pelo menos em famílias mais abastadas ou de maior cultura. Até mesmo actualmente é um hábito recomendado por alguns especialistas.

(http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=dormir-camas-separadas-fazer-bem-casal&id=4526)

Por outro lado, alguns consideram a relação sexual como devendo ter apenas a finalidade de reprodução, e não como mera satisfação sexual. Creio que esta é uma questão que merece a nossa atenção, e que tem certo sentido pois também isso faz parte das leis que regem os animais, e às quais Ellen White faz referência.

Deus disse ao homem e mulher para se multiplicarem e encherem a terra. Desta forma, até que ponto o propósito original de Deus de que o homem tivesse relações sexuais não seria apenas até que a terra se enchesse? Não deveriam então os seres humanos preencher o lugar dos anjos caídos? Não deveriam então os homens ascenderem à posição de anjos, os quais não se casam nem se dão em casamento?!

Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.” Mat. 22:30

“O Pai consultou Seu Filho com respeito à imediata execução de Seu propósito de fazer o homem para habitar a Terra. Colocaria o homem sob prova a fim de testar sua lealdade, antes que ele pudesse ser posto eternamente fora de perigo. Se ele suportasse o teste com o qual Deus considerava conveniente prová-lo, seria finalmente igual aos anjos. Teria o favor de Deus podendo conversar com os anjos, e estes, com ele. Deus não achou conveniente colocar os homens fora do poder da desobediência. ” Redimidos, pág. 17.

“Deus criou o homem para Sua própria glória, para que depois de testada e provada, a família humana pudesse tornar-se uma com a família celestial. Era o propósito de Deus repovoar o Céu com a família humana. SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.082.

Os lugares vagos surgidos no Céu pela queda de Satanás e seus anjos, serão preenchidos pelos redimidos do Senhor. Review and Herald, 29 de maio de 1900.” A Verdade Sobre os Anjos, págs. 48,49.

“E, através de infindáveis séculos, os habitantes dos mundos que não pecaram contemplarão no jardim de delícias [o Éden restaurado] um modelo da obra perfeita da criação de Deus, intato da maldição do pecado - modelo do que teria sido a Terra inteira se tão-somente houvesse o homem cumprido o plano glorioso do Criador. ” Patriarcas e Profetas, pág. 62.

Esta última frase de Ellen White demonstra com clareza que o plano original de Deus para esta terra, era o que será demonstrado no Éden restabelecido, na eternidade, quando não haverá mais casamentos nem relações sexuais. Torna-se claro e evidente que, pelo menos antes do pecado, o plano de Deus de que tanto o homem como os animais se reproduzissem (Gén. 1:22,28), seria somente até que enchessem a terra, durante um espaço de tempo limitado.

É ainda interessante, no caso de gravidez da mulher, o facto de José não ter conhecido [sexualmente] Maria durante esse período da sua vida, mas só depois de ela ter concebido (Mat. 1:25), sendo algo que merece também a nossa análise, e decerto pode ter que ver com questões de saúde (infecções, cansaço, desgaste da vitalidade), e até mesmo com a formação do carácter da criança.

Ellen White enfatiza bastante a questão da responsabilidade dos pais no decidirem quando ter filhos e em calcular qual será o resultado de aumentar a família na educação dos mesmos. Apela de uma maneira especial aos maridos a conterem e refrearem seus apetites carnais a fim de não sobrecarregarem as esposas cuja saúde seja fraca, ou que eventualmente já tenham um determinado número de filhos, que as impossibilite de cuidar e dar educação a todos eles segundo deveria ser.

Seguidamente apresento algumas frases de Ellen White que nos sensibilizam quanto a este assunto:

Antes de aumentarem a família, deviam tomar em consideração se Deus será glorificado ou desonrado se trouxerem filhos ao mundo. Deviam procurar glorificar a Deus por sua união desde o princípio, e durante cada ano de sua vida matrimonial. Testimonies, vol. 2, pág. 380.

Em vista da responsabilidade que recai sobre os pais, deve ser cuidadosamente considerado se é melhor trazer filhos à família. Tem a mãe suficiente força para deles cuidar? E pode o pai dar-se à prerrogativa de bem modelar e retamente educar a criança? Quão pouco é o destino da criança considerado! A satisfação da paixão é o único pensamento, e cargas são impostas à esposa e mãe, que lhe minam a vitalidade e paralisam a faculdade espiritual. (…)

Deus deseja que os pais ajam como seres racionais e vivam de maneira que cada filho possa ser devidamente educado, a fim de que a mãe tenha força e tempo para empregar suas faculdades mentais para disciplinar os pequenos para a associação com os anjos. Ela deve ter coragem de desempenhar nobremente sua parte e fazer sua obra no temor e amor de Deus, a fim de que seus filhos se mostrem uma bênção para a família e para a sociedade.

O esposo e pai deve considerar todas estas coisas, não venha a esposa e mãe de seus filhos a ser sobrecarregada e oprimida com o desânimo. Deve ele cuidar que a mãe de seus filhos não seja colocada em posição de não poder cuidar devidamente de seus numerosos pequenos, vindo a crescerem sem a educação apropriada. Review and Herald, 24 de junho de 1890.

Os pais não devem aumentar a família mais depressa do que possam os filhos serem bem cuidados e educados. Uma criança nos braços da mãe cada ano é para esta grande injustiça. Isto debilita, e não raro destrói, o prazer social e aumenta as misérias domésticas. Rouba aos filhos aquele cuidado, educação e felicidade que os pais sentem dever propiciar-lhes. Solemn Appeal, págs. 110 e 111.

A pergunta que vos compete fazer é: "Estou formando uma família para fortalecer a influência e engrossar as fileiras dos poderes das trevas, ou estou suscitando filhos para Cristo?"

Se não governais vossos filhos e não lhes modelais o caráter de modo que correspondam aos reclamos de Deus, então quanto menos filhos houver para sofrer as conseqüências de uma educação defeituosa, tanto melhor para vós, seus pais, e melhor para a sociedade. A menos que os filhos possam ser educados e disciplinados desde o berço por uma mãe sábia e judiciosa, que seja conscienciosa e diligente, e que governe sua casa no temor do Senhor, talhando e moldando o caráter deles para que possam estar à altura das normas de justiça, é pecado aumentar a família. Deus vos deu raciocínio, e quer que o useis. Testimonies, vol. 5, págs. 323 e 324.

Pais e mães, quando sabeis que sois deficientes no conhecimento de como educar vossos filhos para o Mestre, por que não aprendeis vossa lição? Por que continuais a trazer filhos ao mundo para engrossar as fileiras de Satanás? Está Deus contente com esta demonstração? Quando vedes que uma grande família sobrecarregará duramente vossos recursos; quando vedes que a mãe está cheia de filhos, e que ela não tem o tempo entre os nascimentos para fazer a obra que cada mãe necessita fazer, por que não considerais os resultados? Cada filho suga a vitalidade da mãe, e quando pais e mães não usam a razão neste assunto, que oportunidade têm os pais ou os filhos de ser devidamente disciplinados? O Senhor convida os pais a que considerem devidamente este assunto à luz de realidades eternas. Carta 107, 1890.” O Lar Adventista, págs. 162-164.

O caso de Salomão

Finalmente, quero apresentar o caso de Salomão, que é uma verdadeira advertência a cada homem e mulher. Deus lhe concedeu mais sabedoria que a qualquer outro, além de riqueza, poder, prestígio, fama, etc. No entanto, à medida que foi envelhecendo, orgulhou-se, tornou-se egoísta, e deu lugar às paixões carnais. Tomou para si muitas mulheres de todas as que desejou:

“E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias,

Das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor.

E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.

Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,

Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas.

Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai.” I Reis 11:1-6.

Qual foi o resultado?

Esqueceu-se dAquele que tudo lhe concedera, adorou aos ídolos de suas mulheres pagãs, e construiu templos para eles. Salomão não se contentou com uma mulher mas teve mil mulheres (e quer o excesso sexual seja praticado com uma ou com mil mulheres, o pecado e seus respectivos resultados são os mesmos), o que constitui verdadeira prostituição. Porquê?! Porque quando um homem dá lugar às propensões carnais, esses estímulos tornam-se cada vez mais fortes, escravizando-o, não havendo mulher que o satisfaça, nem mesmo a mais formosa que exista, nem todas as mulheres deste mundo! Torna-se como um drogado, viciado numa droga.

Ele simplesmente se serviu dos dons de Deus para sua satisfação própria, tornando-se como aquele homem que vimos anteriormente, um farrapo humano… ao ponto de se ter tornado efeminado, ou seja, de ter um comportamento homossexual.

“Depois de haver sido um dos maiores reis que já empunharam um ceptro, Salomão tornou-se um libertino, instrumento e escravo de outros. Seu carácter, outrora nobre e viril, tornou-se debilitado e efeminado” Profetas e Reis, págs. 57,58.

Os excessos sexuais desviaram-no completamente de Deus ao ponto de ter sido uma maldição para a família real, e para a nação israelita, um mau exemplo para os seus filhos e homens do seu reino, um provérbio entre os povos. As muitas e belas mulheres não são de maneira nenhuma a verdadeira felicidade do homem, pois tudo se desfez em sua vida ao ponto de dizer:

“Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.” Ec. 1:2

Um Apelo

Tomemos pois o conselho de Salomão e o de Paulo:

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento.” Ec. 12:1.

“Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.” II Tm. 2:22.

Paulo vai mesmo ao ponto de aconselhar os solteiros a reflectirem seriamente no celibato, bem como aos casados a que vivam como se não fossem casados a fim de poderem consagrar-se mais ao Senhor, não como algo imposto mas como uma escolha pessoal que trará bastantes vantagens na relação com Deus, tendo em mente as circunstâncias desfavoráveis (evangelização/ perseguição) para os cristãos no tempo em que Paulo escreveu.

“Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. (…)

Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.

Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu.

Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. (…)

Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher.

Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos.

Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem; (…)

E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor;

Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher.

Há diferença entre a mulher casada e a virgem. A solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido.

E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma.” I Cor. 7:5,7,8,9,27,28,29,32,33,34,35.

Cristo confirma as palavras de Paulo, ao ponto de demonstrar que o sexo pode ser uma pedra de tropeço para alguns devido à degradação da raça humana:

“Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.

E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.” Mat. 18:8,9.

“Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” Mat. 19:12.

Estes conselhos aplicam-se profundamente aos tempos actuais, tempos muito difíceis, não só para o casal, como também para os filhos, pois vivemos em meio a uma geração extremamente corrupta. Eis que é chegado o fim deste mundo, e a última geração dos justos deverá consagrar-se completamente ao Senhor Jeová a fim de dar a última advertência à Terra. Por outro lado, a perseguição contra os fiéis será muito grande. Aproxima-se o tempo de angústia para as nações.

Ellen White acrescenta:

Na realidade não é prudente ter filhos agora. O tempo é curto, os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e as criancinhas, em grande parte, serão levadas antes disso. Carta 48, 1876.

Nesse século do mundo, quando as cenas da história terrestre em breve hão de terminar e estamos prestes a entrar no tempo da angústia tal como nunca houve, quanto menor o número de casamentos realizados tanto melhor para todos, homens e mulheres. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 124.” Eventos Finais, pág. 33.

Acredito que Deus nos ajudará a pôr em prática cada uma destas palavras, seja qual for a nossa condição, circunstâncias, e lugar em que nos encontremos. Deus chama-nos a uma experiência de vida em que verdadeiramente possamos viver não na carne mas no Espírito (Rm. 8:9), renunciar aos maus desejos da carne, e preparar-nos para nos encontrarmos com Cristo:

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência… Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas. Mas agora, despojai-vos também de tudo...” Cl. 3:1-3, 5-8

“Mais tem o SENHOR que te dar do que isso.” II Cr. 25:9

Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.” I Cor. 2:9.

A ansiedade é cega, e não pode discernir o futuro; mas o Filho do Altíssimo vê o fim desde o começo. Em toda dificuldade tem Ele um caminho preparado para trazer alívio. Nosso Pai celestial tem mil modos de providenciar em nosso favor, modos de que nada sabemos. Os que aceitam como único princípio tornar o serviço e a honra do Altíssimo o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés. (DTN, pág. 273).


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"Conquanto Yahuh possa ser justo, e contudo justifique o pecador pelos méritos de Seu Filho, nenhum homem pode trajar-se com os vestidos da justiça de Yahushua, enquanto praticar pecados conhecidos ou negligenciar deveres conhecidos. O Altíssimo requer a completa entrega do coração, antes que a justificação tenha lugar; e a fim de o homem reter a justificação, deve haver contínua obediência, mediante fé viva e ativa que opera por amor e purifica a alma." - Review and Herald, 4 de novembro de 1890.







Os profetas e os apóstolos não aperfeiçoaram o carácter cristão por um milagre. Eles usaram os meios que YAHUH colocou ao seu alcance, e todos os que empreenderem um esforço semelhante assegurarão um resultado semelhante. (Spirit of Prophecy, vol. IV, cap. 22, pág. 305).


Precisam-se...

"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus."


Ellen White, Educação, pág. 57.




É intuito do Pai Celeste preservar entre os homens, mediante a observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado nos aponte a Ele como o único Soberano verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz. Ellen G. White, 3 TS, 16 (1900), Eventos Finais, 68.