A igreja adventista ensina que a lua nova, bem como outras festividades que foram ordenadas por Yahuh ao Seu povo, já não vigoram nos nossos dias, ou seja, que já não temos obrigação de guardá-las. Terá esta ideia algum apoio bíblico, ou será mais uma tradição da IASD?
“E assim, cada mês, à lua nova, e cada semana, aos sábados, todos virão prostrar-se diante de mim, diz Yahuh.” Is. 66:23 (VC).
Há bem pouco tempo me perguntei a mim mesmo o porquê de estar registado em Isaías o facto de que no céu, além do sábado semanal, o 7ª dia, se irá também guardar a lua nova ou início de mês bíblico.
Afinal, não ensina a igreja adventista do 7º dia que segundo Colossenses 2:16, não precisamos mais de guardar a lua nova? Então que sentido faz que no paraíso se guarde? Guardava-se, depois aboliu-se, e entretanto será novamente guardada?!
Muito sinceramente, esta não é a maneira de actuar do Altíssimo, pois a Sua Palavra permanece para sempre. Se o sábado, o 7º dia, será guardado na nova Terra, ao lado da lua nova ou início de mês, é porque esse dia já era observado antes das leis cerimoniais terem sido dadas, e portanto nunca foi abolido.
Vamos ao texto bíblico:
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Col. 2:16,17.
Segundo a interpretação tradicional da igreja adventista do 7º dia, a palavra “sábados” refere-se aos sábados cerimoniais, expressão não bíblica, contudo isso não faz qualquer sentido, pois os mesmos já estão implicados na expressão “dias de festa”, na qual estão incluídos os 7 sábados ou santas convocações anuais. Normalmente o título “As festas solenes de Yahuh”, ou algo semelhante, acompanha o início do cap. 23 de Levítico, onde os mesmos são descritos.
Nesta expressão, Paulo refere-se aos sábados semanais. Não foi a 1ª vez que a expressão “sábados” se aplicou aos sábados semanais:
“Cada um temerá a sua mãe e a seu pai, e guardará os meus sábados. Eu sou Yahuh vosso Deus.”; “Guardareis os meus sábados, e o meu santuário reverenciareis. Eu sou Yahuh.”; “Guardareis os meus sábados, e reverenciareis o meu santuário. Eu sou Yahuh.” Lev. 19:3,30; 26:2.
Ao contrário daquilo que se tem ensinado, nestas passagens bíblicas o apóstolo Paulo não põe em causa a validade dos sábados semanais, nem da lua nova, ou dias de festa. Aqueles que assim pensam deveriam também ter deixado de comer ou beber, pois também está escrito “ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber”!
Paulo estava-se simplesmente a referir à forma como esses dias eram observados. Que havia de comum em todos eles até Yahushua, o Cordeiro do Altíssimo, ter sido morto? Holocaustos, ofertas, comida e bebida, os quais apontavam sobretudo para a Sua morte, mas também para realidades do reino do Altíssimo. Mas, sem as antigas ofertas cerimoniais, o que é que existe nos sábados, na lua nova ou início de mês, que aponte para o Ungido?
Antes de haver pecado já havia “sábados” e “lua nova”! (Gen. 1:14; 2:1-3)
Se a lua nova tivesse perdido todas as razões que existiam para ser observada, pela morte de Yahushua, que sentido haveria então, em ser guardada na Nova Jerusalém?!
Mais adiante retomarei o assunto da lua nova, mas, e que dizer “dos dias de festa”? Se Paulo se estivesse a referir à abolição dos mesmos, que sentido teria que ele se apressasse, a fim de celebrar a festa do Pentecostes (um dos 7 sábados ou santas convocações de Lev. 23) em Yahushalaym (Jerusalém), muitos anos depois da morte do Ungido?!
“Porque já Paulo tinha determinado passar ao largo de Éfeso, para não gastar tempo na Ásia. Apressava-se, pois, para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes.” At. 20:16.
Desta forma, é importante revermos em linhas breves o significado de cada um destes sábados, ou das festas em que estavam inseridos, ao longo da história, a fim de compreendermos o porquê de devermos continuar a guardá-los. Já não com sacrifícios e ofertas cerimoniais, os quais foram abolidos pela morte do Cordeiro, e eram sombras de algo superior no futuro, mas celebrando as realidades concernentes ao reino do Altíssimo e ao plano da salvação.
Ainda assim devemos ter em mente o profundo significado da expressão “são sombras das coisas futuras”. Paulo não disse que eram ou tinham sido sombra das coisas futuras, mas “são”. Isto é uma evidência clara de que mesmo depois da morte do Cordeiro do Altíssimo, a qual veio abolir as cerimónias sacrificais, as expressões “dias de festa”, “lua nova” e “sábados” referem-se a festividades vigentes para o povo de Yahuh e ainda apontam por sua vez para realidades futuras e superiores.
As 7 Santas Convocações ou Sábados Anuais
Ora, os 7 sábados, ou dias de festa, são: o 1º e o 7º dia da festa dos pães ázimos, ou seja o 15º e o 21º dia do 1º mês, chamado de abib; a festa das semanas, mais conhecida como Pentecostes, que era celebrada 7 semanas depois do dia em que se oferecesse as primícias da cevada, ou seja, 7 semanas depois do 16º dia do mesmo mês, que era o 2º dia da festa dos pães ázimos, o “dia seguinte ao sábado”; o 1º dia do 7º mês, a festa das trombetas, o 10º dia desse mesmo mês, o dia da expiação, e o 15º e o 22º dia desse mesmo mês, respectivamente, o primeiro e o oitavo dia da festa das colheitas, dos tabernáculos, ou tendas (Ver, Êx. 12:15-18; 23:14-17, 34:18, 22-24; Lv. 23; Dt. 16:1-17).
A Páscoa e a Ceia do Senhor
A Páscoa não faz parte destas santas convocações ou sábados, no entanto era uma festa muito importante, celebrada imediatamente antes da festa dos pães ázimos, ou seja, “à tarde, ao pôr do sol” ou como reza o texto hebreu, “entre as duas tardes”, ou seja, “à hora nona”, por volta das 3 da tarde do 14ª dia do primeiro mês, o momento exacto do sacrifício da tarde, da morte dos cordeiros pascais e também o tempo da morte de Yahushua, o cordeiro do Altíssimo.
Assim como os hebreus celebraram durante séculos a libertação do Egipto, hoje nós devemos celebrar uma libertação superior: a vitória que Yahushua nos concede sobre o pecado e, pela fé, a libertação final deste mundo de pecado. Por isso também Yahushua deu orientações específicas quanto à nova maneira de a celebrar, não na semelhança do passado, mas por meio do lava-pés e da santa ceia (Mt. 26:20-30; Jo. 13:1-17). Nesta nova instituição, os elementos relembram toda a atitude e sacrifício do Salvador em nosso favor, como nosso exemplo, e sua morte até que Ele venha. Nessa ocasião sabemos que, com o Ungido, iremos todos juntos beber do fruto da vide (Mat. 26:29), na ceia das bodas do Cordeiro (Ap. 19:7-9), bem como comer do fruto da árvore da vida, do maná, e variadíssima qualidade de frutos (Primeiros Escritos, pág. 19, 20), experiência essa que, creio, se celebrará por toda a eternidade, pela eterna redenção e união de Yahushua com Seu povo, no reino de Seu Pai e Seu.
A Festa dos Pães Ázimos
Quanto à festa dos pães ázimos (ou asmos), o povo devia observá-la “por estatuto perpétuo”, disse Yahuh, “porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egipto” (Êx. 12:17). O povo fazia uma consagração ao Altíssimo, despojando-se de elementos símbolos do pecado, como o fermento do pão. Durante esta festa eram dedicadas a Yahuh, as primeiras espigas verdes da cevada, as chamadas primícias, simbolizando uma entrega sem reservas e dependência no Criador. Mais tarde, estes símbolos se encontraram com realidades superiores. Depois que Yahushua morreu e ressuscitou, os discípulos precisaram despojar-se naquela festa dos pães ázimos de todo o preconceito e ideias falsas quanto ao Ungido e Sua obra, “do fermento dos fariseus”, bem como de todo pecado em Seus corações.
Por outro lado, na manhã da ressurreição e seguintes dias, os discípulos puderam testemunhar não só da ressurreição de Seu mestre, bem como daqueles que foram as primícias da ressurreição (Mt. 27:52,53).
Assim nós hoje deveríamos celebrar a festa dos pães ázimos, no sentido de que nosso Salvador nos liberta do pecado, e que em Sua vinda nos libertará definitivamente de nossas tendências pecaminosas. Por outro lado, nós devemo-nos limpar do fermento velho (I Cor. 5:7), consagrar toda a nossa vida a Yahuh para o servir, e celebrar não só a ressurreição de nosso Salvador, mas também de todos aqueles que ressuscitaram com Ele, como uma certeza ou garantia de que pela fé haveremos também de ressuscitar na manhã da Sua vinda.
A Festa das Semanas
Em relação ao Pentecostes (50), nome grego para a festa das semanas ou das primícias da sega do trigo (Êx. 34:22), ou seja dos primeiros pães de trigo, podemos dizer que não só deveríamos dar graças ao Altíssimo por Seu sustento, pelo pão de cada dia, mas também por Yahushua, o pão da vida (Jo. 6:35). Por outro lado, deveríamos celebrar as primícias do derramamento do Espírito Santo sobre aqueles cerca de 120 discípulos, e as primícias da conversão à pregação dos apóstolos, cerca de 3000 almas. Ora, tudo isto aponta para o derramamento da chuva serôdia, nos últimos dias, sobre os 144000 selados de Yahuh (Ap. 7:3,4), os quais irão dar a última advertência a toda a humanidade, e milhares se converterão na última hora (Mt. 20:1-16).
A Festa das Trombetas
A festa das trombetas deve-nos trazer à lembrança que se aproxima o fim do tempo da graça para o professo povo do Altíssimo, e que a qualquer momento o nosso nome pode passar a exame. Traz ênfase ao facto de que devemos estar prontos a comparecer diante do tribunal divino, e de que nossa vida deve ser posta em ordem. Durante séculos as trombetas tocaram (Ap. 8-11) prevendo a passagem do nosso sumo-sacerdote Yahushua do lugar santo para o santíssimo, iniciando assim o juízo investigatório e a expiação por Seu povo.
Em breve, as 7 trombetas do Apocalipse tornarão a soar, não como uma advertência para o professo povo do Altíssimo, pois então para estes terá terminado o tempo da graça, mas para o mundo em geral, alertando que também para estes se aproxima o julgamento final.
O Dia da Expiação
Assim também, no 10º dia do 7º mês devemos meditar de uma forma especial em que a qualquer instante será feita expiação pelo nosso caso. No dia 22 de Outubro de 1844, iniciou-se a expiação por cada um daqueles que aceitou pela fé o sangue de Yahushua, como o único meio de salvação. Ou seja, o anti-tipo do dia da expiação teve lugar a partir dessa data não devendo portanto ser passada por alto, fazendo presente a todos nós a realidade de que nessa data começou a purificação do lugar santíssimo do santuário celestial, de que cada um de nós será julgado, e de que só por meio do sangue do Ungido hasteado nas nossas vidas seremos absolvidos. No tipo, depois de concluída e aceite a expiação, o sumo-sacerdote aparecia vitorioso diante do povo em angústia, expectante e ansioso pelo qual intercedera. Assim, este dia deve trazer-nos à memória a vinda de Yahushua e Seu Pai depois de terminar o tempo da graça e concluída para sempre Sua obra no santuário celestial. Os 144000 serão livres de todos os seus temores e angústias na hora de maior aflição, à meia-noite, tal e qual na libertação do Egipto, na grande batalha do Armagedom (Ap. 16:16-21; acerca deste tema,
ver também: http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2011/07/armagedom-o-que-e-e-quando-sera.html). Então Yahushua aparecerá diante de Seu povo reunido no monte das oliveiras, ainda que permanecendo nos ares (I Tes. 4:17). Por outro lado, à semelhança do passado, os pecados serão transferidos para o bode emissário, o próprio Satanás, o qual carregará com eles, sendo enviado a vaguear nesta Terra, transformada num autêntico deserto, durante 1000 anos (Ap. 20:2).
A Festa dos Tabernáculos
Por fim, a festa dos tabernáculos ou tendas, ou ainda das colheitas, celebra os 40 anos em que Yahuh conduziu e sustentou Seu povo no deserto (Dt. 8:2,3; I Cor. 10:3,4), o qual viveu em tendas até chegar à Canaã terrestre. Celebra também todas as bênçãos e providências anuais do Altíssimo. Ora, tudo isto é um símbolo da forma como o Altíssimo tem conduzido, sustentado e abençoado Seu povo como um todo, e a cada família individualmente, ano após ano, no deserto que é este mundo de pecado, na viagem para a Canaã celeste.
Pessoalmente creio que os primeiros 7 dias da festa em que habitavam em tendas (Lv. 23:42) representam literalmente, a viagem até à santa cidade. O 8º dia, santa convocação, representa a festa das bodas do Cordeiro na santa Yahushalayim.
É interessante notar que a própria Ellen White destaca a importância destas festas na vida espiritual e apela a guardar estas festas, destacando a festa dos tabernáculos:
“Nestas assembléias anuais o coração de velhos e jovens se animava no serviço do Altíssimo, ao mesmo tempo em que a associação da gente das várias regiões do país fortalecia os laços que os ligavam ao Altíssimo e uns aos outros. Bom seria que o povo de Yahuh na atualidade tivesse uma Festa dos Tabernáculos - uma jubilosa comemoração das bênçãos do Altíssimo a eles. Assim como os filhos de Israel celebravam o livramento que o Altíssimo operara a seus pais, e sua miraculosa preservação por parte dEle durante suas jornadas depois de saírem do Egito, devemos nós com gratidão recordar-nos dos vários meios que Ele ideou para nos tirar do mundo, e das trevas do erro, para a luz preciosa de Sua graça e verdade. (…)
A festa dos tabernáculos não era apenas comemorativa, mas também típica. Não somente apontava para a peregrinação no deserto, mas, como festa da ceifa, celebrava a colheita dos frutos da terra, e indicava, no futuro, o grande dia da colheita final, em que o Senhor da seara enviará os Seus ceifeiros para ajuntar o joio em feixes para o fogo, e colher o trigo para o Seu celeiro. Naquele tempo os ímpios todos serão destruídos. Eles se tornarão “como se nunca tivessem sido”. Obadias 16. E toda voz, no Universo inteiro, unir-se-á em jubiloso louvor ao Altíssimo. Diz o escritor do Apocalipse: “Ouvi a toda a criatura que está no céu, e na Terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam acções de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” Apoc. 5:13.” Patriarcas e Profetas, pág. 540, 541.
Lua Nova ou Início do Mês
A lua nova torna-se assim uma oportunidade de nos consagrarmos ao Altíssimo a cada mês, como o Sábado o é a cada semana. Seguidamente apresento alguns versos bíblicos sobre a importância de se guardar este dia como um verdadeiro sábado:
“Semelhantemente, no dia da vossa alegria e nas vossas solenidades, e nos princípios de vossos meses, também tocareis as trombetas sobre os vossos holocaustos, sobre os vossos sacrifícios pacíficos, e vos serão por memorial perante vosso Altíssimo: Eu sou o Yahuh vosso Altíssimo.” Núm. 10:10.
“Eis que estou para edificar uma casa ao nome de Yahuh meu Altíssimo, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas novas, e nas festividades Yahuh nosso Altíssimo; o que é obrigação perpétua de Israel.” II. Cr. 2:4.
“Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessitado; e destruís os miseráveis da terra,
Dizendo: Quando passará a lua nova, para vendermos o grão, e o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganosas…” Am. 8:4,5.
(Ver também Núm. 28:11; I Sm. 20:5; I Cr. 23:31; Ed. 3:5; Ne. 10:33; Is. 1:13-14; Ez. 45:17, 46:6; Os. 2:11).
Lamentavelmente o professo povo do Altíssimo tem dado muita importância a festas mundanas em detrimento das que Ele ordenou. De uma forma geral, o povo está disposto a consagrar um mês do ano para férias, divertimentos egoístas e inúteis, interesses mundanos, mas não para Yahuh. Em vez disso celebram aniversários, cujo centro da festa é a pessoa que fez anos e não o Criador que tudo dá; feriados, como o natal e ano novo, dias do pai ou da mãe, etc.
É de vital importância compreendermos estes assuntos, e seu valor na nossa espiritualidade e relação com o Altíssimo. Ser-nos-á de grande benefício observar as festas e dias prescritos por Yahuh, como um alto privilégio e símbolo de Seu verdadeiro povo. Num artigo posterior gostaria de analisar também a importância de guardarmos a festa do Purim, à luz do significado que tem nos nossos dias.
Façamos planos para guardar a lua nova no início do próximo mês (lunar), e posteriormente as festas do mês de Outubro. Façamos destes dias oportunidades e momentos únicos com nosso Pai, como um verdadeiro antegozo da salvação e da eternidade!
Anexo
Apresento seguidamente alguns comentários adventistas em espanhol, que apresentam algumas evidências a favor do que anteriormente apresentei:
“En comida o en bebida (2:16).
Las palabras griegas pósis y brósis empleadas aquí no se refieren tanto a lo que se come y se bebe como a la forma de comer y beber. Parecen estar involucrados aquí reglamentos en cuanto a cómo y cuándo comer o dejar de comer.
Hay un estrecho paralelismo entre esta frase y los preceptos del vers. 21: "No manejes, ni gustes, ni aun toques". Los judíos en general ayunaban dos veces a la semana (Luc. 18: 12); la secta judía de los esenios era aún más dada al ayuno. La Didajé, un escrito cristiano de comienzos del siglo II, insta a los cristianos a ayunar el miércoles y el viernes a diferencia de los judíos que ayunaban el lunes y el jueves (Didajé 8: 1). Posiblemente el problema de la "diferencia entre día y día" de Rom. 14: 5 tuviera que ver con problemas de ayuno.* El asunto de comer o no comer parece haber tenido cierta relevancia en esos tiempos. Evidentemente los falsos maestros estaban imponiendo restricciones alimentarias, añadidas sin duda a la de la ley mosaica, que sólo hacía distinción entre alimentos limpios e inmundos (Lev.11) y no decía nada en cuanto a bebidas.
Días de fiesta, luna nueva o días de reposo (2:16).
Dentro del marco de las enseñanzas de los falsos maestros de Colosas -que evidentemente enseñaban el ritualísmo y el ascetismo como medio de obtener la salvación- 216 es natural que figuraran los días de culto. La serie de fiestas que aquí se presenta aparece, aunque no siempre en el mismo orden ni con las mismísimas palabras, al menos siete veces en el AT (1 Crón. 23: 31; 2 Crón. 2: 4; 8: 13; 31: 3; Neh. 10: 33; Eze. 45: 17; Ose. 2: 11). En todos los casos parece referirse a una misma serie de días de culto: las fiestas anuales (pascua, Pentecostés, día de la expiación), el novilunio (primer día del mes) y el sábado semanal. Si en este pasaje sábbata se refiere a las fiestas ceremoniales, sería la única vez que aparece con ese sentido en el NT. El contexto sugiere más bien que aquí sábbata es el sábado, séptimo día de la semana, día de reposo.
Surge la pregunta: si los sábados de Col. 2: 16 no son sábados ceremoniales, si se habla de sábados semanales, ¿significa esto que Pablo elimina aquí la observancia del sábado? ¡De ningún modo! La vigencia del cuarto mandamiento ni entra en cuestión. Se habla sólo de una falsa observancia del sábado. Los falsos maestros estaban imponiendo reglas y requisitos inventados por ellos, que iban más allá de lo que el mismo judaísmo exigía (2: 20-23). Por la Epístola a los Gálatas, sabemos que la herejía que se propagaba en Galacia inducía a guardar "los días, los meses, los tiempos y los años" (cap. 4: 10).
Al parecer, Pablo, tanto en Gálatas como en Colosenses, no habla de guardar o no guardar las fiestas, siendo que él mismo se proponía asistir a la celebración de Pentecostés en Jerusalén (Hech. 20: 16). Tampoco podría entenderse que había repudiado la observancia del sábado, pues no hay mención de cosa tal y él mismo lo guardó. Sí está hablando de la imposición de reglamentos humanos en cuanto a la celebración del culto a Dios en el día sábado, los novilunios y las fiestas anuales.”
“Los hebreos heredaron los elementos del calendario de sus antepasados semíticos, quienes desde tiempos inmemoriales habían calculado sus meses según la Luna. Suponemos que para Abrahán, como también para sus vecinos mesopotámicos de Ur, cada nuevo mes, y en consecuencia el primer día del mes, comenzaba con la aparición de la luna nueva al atardecer, y sus descendientes no tendrían por qué cambiar su práctica. Aun mientras estuvieron en Egipto, no hubo necesidad de que abandonasen su día, que computaban de atardecer a atardecer, ni su mes lunar, para adoptar el calendario solar egipcio de 365 días, porque estos barbudos pastores semitas, que eran abominación para los egipcios, vivían aparte en Gosén siguiendo sus propias costumbres.”
“Los judíos, como muchas de las naciones que los circundaban, observaban un calendario lunar, en el cual el primer día del mes comenzaba con la noche en la que aparecía la creciente de la luna nueva. El primer día del mes, llamado "nueva luna", era un día de fiesta especial que incluía ofrendas (Núm. 28: 11-15) y se tocaban trompetas al ofrecerse ofrendas y sacrificios (Núm. 10: 10).”
“Ver com. cap. 2: l. No se dice por qué Pablo deseaba tanto estar en Jerusalén para Pentecostés. La reunión de todos los cristianos de origen judío de toda Palestina que estaban allí en esa ocasión tal vez habría hecho posible una distribución más eficiente de las ofrendas de socorro que estaba llevando a Jerusalén. O tal vez esta fiesta tenía un significado especial para él debido al derramamiento del Espíritu en el día de Pentecostés. De todas maneras él no había completado su viaje antes de la pascua (cap. 20: 6), y como iba hacia Jerusalén era natural que deseara estar allí para la próxima fiesta.”
“La fiesta de Pentecostés se parecía mucho a una fiesta de cosecha. Hasta Pablo, que poco se interesaba en festividades como éstas (Rom. 14: 5), tenía deseos de celebrar la fiesta de Pentecostés en Jerusalén a pesar de sus viajes misioneros en Asia y Grecia (Hech. 18: 21; 20: 16).”
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