Se esta obra é de homens, se desfará, mas, se é do Altíssimo, não podereis desfazê-la. (Actos 5:38,39).


"Aquele que deseja conhecer a verdade, deve estar disposto a aceitar tudo o que ela revela. Não pode ter nenhuma transigência com o erro. Ser vacilante e morno para com a verdade, é preferir as trevas do erro e a ilusão satânica." O Desejado de Todas as Nações, (cap. O Sermão da Montanha) pág. 257.

Lê o artigo: "Novas Verdades", (http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2011/02/novas-verdades.html
)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Grande Problema de Job

Job tinha o seu coração cheio de amargura, conforme já vimos, mas esse não era o seu único pecado. O problema era ainda mais grave! Continuemos então a analisar a Palavra do Senhor, que nos mostrará claramente qual era o grande problema de Job que, lembrem-se, é também o grande problema de Laodiceia. Daí o ser tão importante, para cada adventista do sétimo dia, compreender correctamente o livro de Job, pois este nos ajudará a diagnosticar e reconhecer a terrível doença de Laodiceia, doença esta que, se não for tratada a tempo, e com a devida medicação, irá, sem dúvida alguma, levar todos os que a contraíram à morte eterna.
Analisemos então os sintomas desta terrível doença, conforme se acham registados no livro de Job.
Após o seu discurso do cap. 3, onde Job começa a deixar transparecer toda a amargura que lhe ía no coração, os seus três amigos quebram o silêncio e dirigem-lhe a palavra. O primeiro a falar foi Elifaz, que lhe disse:
“Se alguém intentar falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderá conter as palavras? Eis que tens ensinado a muitos, E tens fortalecido as mãos fracas. As tuas palavras têm sustentado aos que estavam caindo, E tens fortalecido os joelhos trêmulos. Porém agora que se trata de ti, te enfadas: Agora que és atingido, te perturbas. O teu temor de Deus não é a tua confiança, E a tua esperança a integridade dos teus caminhos? Lembra-te, pois, quem, sendo inocente, jamais pereceu? E onde foram os retos exterminados? Conforme tenho visto, os que cultivam iniquidade, e semeiam aflição, as segam.” Job 4:1-8

Uma Revelação de Deus
Então, Elifaz conta o que ouviu em visão – mais adiante (em Job 33:14-17) veremos claramente que se tratava de uma revelação de Deus: “Mas a mim se me disse uma palavra em segredo, E os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. No meio dos pensamentos que nascem das visões noturnas, Quando profundo sono cai sobre os homens, Sobrevieram-me medo e tremor, Que fizeram estremecer todos os meus ossos. Então passou um sopro sobre o meu rosto; Arrepiaram-se os cabelos da minha carne. Alguém, cuja aparência eu não podia discernir, parou; Um vulto estava diante dos meus olhos: Houve silêncio, e ouvi uma voz: Pode o mortal ser justo diante de Deus? Pode o varão ser puro diante do seu Criador?” Job 4:12-17

E Elifaz continua a falar a Job, aconselhando-o a buscar a Deus. No seu discurso, podemos encontrar a seguinte “bem-aventurança”:
Eis que feliz é o homem a quem Deus reprova, portanto não desprezes a correção do Todo-poderoso. Pois ele faz a ferida, e a ata; Ele fere, e as suas mãos curam.” Job 5:17,18

Job Considera-se Sem Pecado:
Na sua resposta a Elifaz, Job afirma: “Há porventura iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar distinguir coisas iníquas?” Job 6:30. Então ele dirige-se a Deus, nas seguintes palavras: “Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado?” Job 7:20
Agora é a vez de Bildad dar o seu parecer. Entre outras coisas ele disse a Job: "Até quando falarás tais cousas? E até quando serão as palavras da tua boca como um vento impetuoso? Perverte Deus o juízo ou perverte o Todo-poderoso a justiça? Eis que Deus não rejeitará ao homem sincero, Nem sustentará os malfeitores." Job 8:3,20

“Então respondeu Jó: Na verdade sei que assim é: Mas como pode um homem ser justo para com Deus? Se alguém quisesse contender com ele, de mil cousas não lhe poderia responder nem sequer uma.” Job 9:1-3

Não obstante esta resposta Job continua, como já vimos antes, a insinuar que Deus é opressivo, parcial e injusto (v. 17-19,22,23,32-34). Ele continua a achar que está sem pecado, dizendo para Deus: “Bem sabes tu que eu não sou ímpio”. Job 10:7

Desta vez é Zofar (ou Sofar) quem fala:
“Porventura as tuas jactâncias farão calar as gentes? Quando zombares, ninguém te fará envergonhar? Pois dizes: A minha doutrina é pura, E limpo sou aos teus olhos.

Porém oxalá que Deus falasse, E abrisse os seus lábios contra ti;(…) Poderás descobrir as cousas profundas de Deus? Poderás descobrir perfeitamente o Todo-poderoso?” Job 11:3-5,7

O Orgulho do Conhecimento
E Job responde-lhe ironicamente, dizendo: “Na verdade vós sois o povo, e a sabedoria morrerá convosco.” – e continua orgulhosamente – “Mas eu tenho entendimento como vós, eu não vos sou inferior. Quem não sabe tais cousas como essas?” Job 12:2,3.
“Mas pergunta agora às bestas da terra, e elas te ensinarão; E às aves do céu, e elas te farão saber. Ou fala com a terra, e ela te ensinará; E os peixes do mar to declararão. Quem não aprendeu de todos estes que a mão de Jeová faz isto?” (v. 7-9)
Agora Job quer mostrar que também sabe tudo isso: “Com Deus está a sabedoria e a força, Ele tem conselho e entendimento. Eis que derriba, e não se pode reedificar; Lança na prisão, e não se pode abrir. Retém as águas, e elas secam; Solta-as, e elas transtornam a terra.” (v. 13-15) E ele continua, até ao final do cap. 12 a demonstrar a sua “grande” sabedoria. E depois diz:

Eis que tudo isto viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam. Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior. Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero defender-me perante Deus. (…) Ouvi agora a minha defesa, e escutai os argumentos dos meus lábios. (…) Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele. Também ele será a minha salvação; porém o hipócrita não virá perante ele. Ouvi com atenção as minhas palavras, e com os vossos ouvidos a minha declaração. [e agora dirige-se a Deus:] Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo. (…) Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado.” Job 13:3,6,15-18,23
Elifaz responde-lhe: “ a tua boca declara a tua iniquidade… A tua boca te condena, e não eu, e os teus lábios testificam contra ti. És tu porventura o primeiro homem que nasceu? Ou foste formado antes dos outeiros? Ou ouviste o secreto conselho de Deus e a ti só limitaste a sabedoria? (…) Por que te arrebata o teu coração, e por que piscam os teus olhos? Para virares contra Deus o teu espírito, e deixares sair tais palavras da tua boca? Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para ser justo?” Job 15:5-8, 12-14
Job defende-se, declarando ser pura a sua oração: “O meu rosto está todo avermelhado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte: Apesar de não haver violência nas minhas mãos, e de ser pura a minha oração.” Job 16:16,17
Mais à frente Job diz: “ele [Deus] sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro. Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho, e não me desviei dele. Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção.” Job 23:10-12
Bildad responde-lhe: “Como, pois, seria justo o homem para com Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher?” Job 25:4


À Minha Justiça Me Apegarei
Mais adiante Job afirma: “Enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus nas minhas narinas, não falarão os meus lábios iniquidade, nem a minha língua pronunciará engano. … até que eu expire, nunca apartarei de mim a minha integridade.” Ele chega mesmo a dizer: “À minha justiça me apegarei e não a largarei; não me reprovará o meu coração em toda a minha vida.” Job 27:3,4,6
E, no cap. 29, Job passa a apresentar um relatório das suas boas obras, mostrando assim estar cheio de justiça própria – que aos olhos de Deus é como trapos de imundície (Is. 64:6) – e não da justiça de Cristo: “Ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo-me algum olho, dava testemunho de mim; Porque EU livrava o miserável, que clamava, como também o órfão que não tinha quem o socorresse. A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e EU fazia que rejubilasse o coração da viúva. Vestia-me da justiça, e ela me servia de vestimenta; como manto e diadema era a minha justiça. EU me fazia de olhos para o cego, e de pés para o coxo.” Job 29:12,13-15. Eu, eu, eu! Faz lembrar a resposta do jovem rico a Jesus, quando Ele lhe disse para guardar os mandamentos: “Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade”. Mat. 19:20
No entanto, por maior que possa ser a lista de boas obras de alguém, a Bíblia afirma:
“por obras da lei nenhum homem será justificado diante dele, pois, pela lei vem o pleno conhecimento do pecado [e não a justificação]. Mas agora sem lei tem-se manifestado a justiça de Deus, atestada pela Lei e pelos profetas, a saber, a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para com todos os que crêem. Pois não há distinção; porque todos pecaram e necessitam da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça mediante a redenção que há em Cristo Jesus
”. Rom. 3:20-24. Ninguém pode tornar-se justo através da guarda da Lei. Até porque, ao ser humano apartado de Cristo, seria impossível fazê-lo. “Pois a mente da carne é inimizade contra Deus; visto que não é sujeita à lei de Deus, nem o pode ser”. Rom. 8:7. A justificação é um dom de Cristo, que se aceita pela fé, exercendo a nossa vontade, sem nenhum esforço adicional da nossa parte. “Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.” Rom. 4:3-5.

Declaração de Integridade
Mas Job ainda não tinha entendido isso. Desta forma, e ao longo de todo o cap. 31, ele continua a declarar a sua integridade:
“Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? (…) Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano (Pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade), se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa [referência ao roubo], então semeie eu e outro coma, e seja a minha descendência arrancada até à raiz. Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu armei traições à porta do meu próximo, então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela, porque é uma infâmia, e é delito pertencente aos juízes. (…) Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo; (…) se retive o que os pobres desejavam, ou fiz desfalecer os olhos da viúva, ou se, sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele (porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai, e fui o guia da viúva desde o ventre de minha mãe), Se alguém vi perecer por falta de roupa, e ao necessitado por não ter coberta, Se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros, Se eu levantei a minha mão contra o órfão, porquanto na porta via a minha ajuda, então caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço do osso. (…) Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão [referência à idolatria, adoração ao sol, lua e estrelas], também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima. Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se exultei quando o mal o atingiu (também não deixei pecar a minha boca, desejando a sua morte com maldição); (…) O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante. (…) Ah! quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu desejo é que o Todo-Poderoso me responda, e que o meu adversário escreva um livro. (…) Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem, se comi os seus frutos sem dinheiro [referência a comer da novidade da terra, como dizem algumas versões, ou seja, das primícias que pertenciam ao Senhor. O equivalente, nos nossos dias, à retenção de dízimos], e sufoquei a alma dos seus donos, por trigo me produza cardos, e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Jó.” Job 31:1,5-11,13,16-22,24-30,32,35,38-40.

Era Justo aos Seus Próprios Olhos
“Então aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos.” Job 32:1
Ele mesmo tinha pronunciado a sua culpa. Pior ainda, parecia estar satisfeito com isso: “À minha justiça me apegarei e não a largarei”. Job 27:6. Conhecem melhor retrato de Laodiceia? “Visto que dizes: Rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta, e não sabes que tu és o coitado, miserável, e pobre, e cego e nu” Ap 3:17. Job é um símbolo perfeito de um laodiceano dos nossos dias, pois como Job, este se julga justo, sábio, rico e auto-suficiente, não percebendo, por sua terrível cegueira espiritual, que não passa de um “coitado, miserável, e pobre, e cego e nu. Mas Deus amava Job. E ele permitiu que lhe sobreviessem terríveis provações, a fim de que ele manifestasse o que ía no seu íntimo, e desta forma pudesse aperceber-se do seu problema. Pois só tomando consciência da sua enfermidade espiritual é que ele poderia buscar o Médico Celestial a fim de ser sarado. Mas ainda assim, com todas aquelas calamidades, Job não entendeu. A sua cegueira era grande… Mas Deus, na Sua misericórdia, utilizou um mensageiro: Eliú, um quarto homem que entra em diálogo com Job. Da mesma forma Deus ama Laodiceia e Ele também tem os Seus mensageiros, hoje, para fazer ver à Sua igreja o seu pecado, para que possa buscar a cura que só Ele pode dar.

Fica atento. Nos próximos artigos sobre o livro de Job, iremos analisar o discurso de Eliú e o final da história, com as respectivas lições para Laodiceia. Veremos também quem são os mensageiros de Deus, hoje.

Artigo seguinte:http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2010/01/eliu-um-mensageiro-do-senhor.html

Sem comentários:

Enviar um comentário

A ansiedade é cega, e não pode discernir o futuro; mas o Filho do Altíssimo vê o fim desde o começo. Em toda dificuldade tem Ele um caminho preparado para trazer alívio. Nosso Pai celestial tem mil modos de providenciar em nosso favor, modos de que nada sabemos. Os que aceitam como único princípio tornar o serviço e a honra do Altíssimo o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés. (DTN, pág. 273).


Btn_blue_122x44
"Conquanto Yahuh possa ser justo, e contudo justifique o pecador pelos méritos de Seu Filho, nenhum homem pode trajar-se com os vestidos da justiça de Yahushua, enquanto praticar pecados conhecidos ou negligenciar deveres conhecidos. O Altíssimo requer a completa entrega do coração, antes que a justificação tenha lugar; e a fim de o homem reter a justificação, deve haver contínua obediência, mediante fé viva e ativa que opera por amor e purifica a alma." - Review and Herald, 4 de novembro de 1890.







Os profetas e os apóstolos não aperfeiçoaram o carácter cristão por um milagre. Eles usaram os meios que YAHUH colocou ao seu alcance, e todos os que empreenderem um esforço semelhante assegurarão um resultado semelhante. (Spirit of Prophecy, vol. IV, cap. 22, pág. 305).


Precisam-se...

"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus."


Ellen White, Educação, pág. 57.




É intuito do Pai Celeste preservar entre os homens, mediante a observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado nos aponte a Ele como o único Soberano verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz. Ellen G. White, 3 TS, 16 (1900), Eventos Finais, 68.