Faço esta pergunta porque ao lermos o livro “O Desejado de Todas as Nações”, torna-se ridículo constatar que, em relação ao Espírito de Cristo ou de Deus, a palavra “espírito” ora aparece com letra inicial maiúscula, ora com letra minúscula. Não há um só Espírito? (Ef. 4:4) Esta é uma das estratégias mais apreciadas pelos trinitários.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Quantos Espíritos Tem Cristo?!
Infelizmente, esta questão também se verifica na Bíblia. Nos originais, como já falei noutro artigo, não havia nenhuma diferenciação na aplicação desta palavra fosse relativamente a Deus ou não. Ou se escreve de uma forma ou de outra, mas então convém ser-se sistemático.
Apresento algumas frases e versos onde podemos compreender claramente que não existe uma forma constante e sistemática na aplicação das regras gramaticais:
“O Espírito insuflador de vida, brotando da infinita plenitude de Deus, eis o verdadeiro maná. Jesus disse: “O pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá vida ao mundo.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 385, 386 (cap. 41).
Esta é uma das frases onde os trinitários “adventistas do sétimo dia” vêem cair por terra seus falsos argumentos. Neste caso “Espírito” refere-se a Cristo, “o verdadeiro maná”, “O pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá vida ao mundo”. Caso contrário passariam a haver dois manás ou pães celestiais diferentes, o que pertenceria a um campo anti-bíblico. Ainda tentam fazer a aplicação desta palavra a uma pressuposta 3ª pessoa da trindade.
“Cristo tornou-Se uma mesma carne connosco, a fim de nos podermos tornar um espírito com Ele. É em virtude dessa união que havemos de ressurgir do sepulcro - não somente como manifestação do poder de Cristo, mas porque, mediante a fé, Sua vida se tornou nossa. Os que vêem a Cristo em Seu verdadeiro carácter, e O recebem no coração, têm vida eterna. É por meio do Espírito que Cristo habita em nós; e o Espírito de Deus, recebido no coração pela fé, é o princípio da vida eterna.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 388.
Neste caso teve que haver uma astúcia maior. Mas para me exprimir mais facilmente torno a utilizar a imagem da videira. A videira representa Cristo e nós somos as varas. A seiva que flui da cepa principal é diferente da que flui nas varas? De modo nenhum! Se verdadeiramente estivermos ligados a Cristo, então será Seu Espírito a habitar em nós. Lemos em cima que “É por meio do Espírito que Cristo habita em nós; e o Espírito de Deus, recebido no coração pela fé, é o princípio da vida eterna”. É isto que significa se “tornar um espírito com Ele”.
Então, se quisermos ser coerentes e sistemáticos, e porque ao estarmos ligados com Cristo possuímos o Seu Espírito, seremos um só Espírito, com letra inicial maiúscula, com Ele.
Porque é que na frase que citei acima aparece “espírito” com letra inicial minúscula? Simplesmente porque seria um absurdo completo tentar introduzir uma 3ª pessoa da trindade num lugar onde não há espaço ou possibilidade de ser inserida, pois ela não existe! Preferiram generalizar a palavra Espírito, rebaixando todo o significado que Cristo lhe quis dar, para que esta questão passasse despercebida. Acabaram assim por rebaixar ao Pai e ao Filho.
Ele tomou a nossa carne, que é da terra, mas possuía o Espírito de Seu Pai, que é de cima, e ai de nós se assim não acontecer connosco!
“O Salvador respondeu-lhes: “Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos disse são Espírito e vida.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 390.
Qual espírito é que vivifica? É porventura o nosso, para que esteja com letra inicial minúscula? Impossível. Então porque não o colocaram com letra inicial maiúscula? Qual a diferença entre as duas palavras (espírito, Espírito) mencionadas na frase? Nenhuma! Ambas as palavras se referem a Cristo, ao Seu Espírito.
As palavras de Cristo não constituem um ser diferente de Cristo. São caracterizadas por Sua própria essência, por isso “são Espírito e vida”, o Espírito de Cristo, que vivifica.
“Como está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente {Gn 2,7}; o segundo Adão é espírito vivificante.” I Cor. 15: 45 (VC).
Lamentavelmente, repete-se o mesmo erro, a mesma trama suja dos trinitários. Se metessem “espírito” com letra inicial maiúscula então deitariam por terra a trindade. Mais uma vez preferem rebaixar a Cristo. Não é certo que a trindade nega o Pai e o Filho (I Jo. 2:22)?!
Cristo é Espírito vivificante! Não precisamos de outro.
“Nas fronteiras de Tiro e Sidom, fora Seu espírito refrigerado pela sincera confiança da mulher siro-fenícia.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 405.
Então e que dizer da palavra “espírito” neste caso? Alguns vão dizer que era o Seu espírito humano. Mas terá porventura Cristo dois espíritos diferentes, um divino e outro humano? Certamente que não, pois em momento nenhum Ele possuiu duas naturezas separadas! Outros talvez entrem no campo da psicologia e digam que se refere apenas às suas emoções ou pensamentos.
A palavra “espírito” não deverá ser confundida com meras emoções ou pensamentos ou até mesmo à respiração ou vida (Ec. 2: 26; 3: 19-21; 12:7). No entanto eu acredito que neste caso específico se refira também às emoções e pensamentos de Jesus.
Mas Jesus, como Filho de Deus e participante do Espírito de Seu Pai, tem uma experiência muito mais profunda, bem como terão todos aqueles que estiverem ligados a Ele. Não adianta fugir à verdade! Vejamos o seguinte verso:
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” Ef. 4:30.
Se “o Espírito Santo de Deus” se entristece pela nossa má conduta, porque é que o Espírito de Cristo não haveria de se alegrar e refrigerar pela fé e sinceridade de uma mulher?!
O problema é que se metessem Espírito com maiúscula, então não faria sentido nenhum que se referisse a um ser diferente de Jesus, como nos querem fazer crer os trinitários. Vêem como a letra inicial minúscula ou maiúscula faz muita diferença nesta questão do espírito?
Analisemos ainda outro caso, o da morte de Lázaro:
“Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-Se muito em espírito, e perturbou-Se." João 11:33. (…)
Não foi, porém, simplesmente pela simpatia humana para com Maria e Marta, que Jesus chorou. Havia em Suas lágrimas uma dor tão acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra. Cristo não chorou por Lázaro; pois estava para o chamar do sepulcro. Chorou porque muitos dos que ora pranteavam a Lázaro haviam de em breve tramar a morte dAquele que era a ressurreição e a vida.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 533.
Esta frase é muito clara! A frase “moveu-Se muito em espírito” refere-se a “uma dor tão acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra”. A experiência de Jesus é tão superior em relação a qualquer ser humano quanto o Seu Espírito o é. Portanto não faz sentido quererem diminuir o Espírito divino de Cristo colocando-o com letra inicial minúscula. Reparem como as seguintes frases lançam luz sobre esta:
“Sabendo que haviam recebido a inspiração daquela hora, “alegrou-Se Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças Te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que escondestes estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelastes às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim Te aprouve. Tudo por Meu Pai Me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Luc. 10:21 e 22. (…)
Os próprios discípulos deixaram de compreender tudo quanto Jesus lhes desejava revelar; mas de quando em quando, ao entregarem-se ao poder do Espírito Santo, sua mente era iluminada. Percebiam que o poderoso Deus, revestido da humanidade, Se achava entre eles. Jesus regozijava-Se de que, embora os sábios e inteligentes não possuíssem esse conhecimento, houvesse ele sido revelado a esses humildes homens. Freqüentemente, ao apresentar as Escrituras do Antigo Testamento e mostrar sua aplicação a Ele próprio e a Sua obra de expiação, haviam sido despertados por Seu Espírito e erguidos à atmosfera celestial. (…)
A única maneira por que podemos obter mais perfeita compreensão da verdade, é conservar o coração brando e submisso ao Espírito de Cristo.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 494.
Neste caso já souberam colocar a letra inicial maiúscula na palavra espírito. Não é santo o Espírito de Cristo?! Ou porque aparece “Espírito Santo” os trinitários acham que não se refere a Jesus, mas a um ser diferente?! Fala-se porventura em alguém diferente de Cristo? Não, até porque as expressões “Espírito Santo”, “Seu Espírito”, e “Espírito de Cristo” referem-se ao próprio Cristo. Estão a ver como a maneira de julgar dos trinitários é parcial e completamente desprezível?!
Porque é que Jesus se alegrou? Porque Seus discípulos haviam “recebido a inspiração daquela hora”. Qual inspiração? Quem é que os inspirou? Quem é que falou? Não disse Jesus que Suas palavras “são Espírito e vida”? Como já referi anteriormente, as palavras de Jesus não são um ser diferente dEle mesmo. Então porque é que estas merecem um “Espírito” de letra maiúscula, como Espírito Santo, e noutros casos, como já vimos anteriormente, não?! Não dá para entender, pois isto não passa de jogada de trinitário…
Jesus, o Filho de Deus, o representante do Pai, ao qual Deus sujeitou todas as coisas, alegrou-se em Seu Espírito Santo. É interessante verificar como este verso (Luc. 10:21) se encontra no inglês:
“In that hour Jesus rejoiced in spirit, and said, I thank thee, O Father, Lord of heaven and earth, that thou hast hid these things from the wise and prudent, and hast revealed them unto babes: even so, Father; for so it seemed good in thy sight.” (KJ).
É lamentável que uma tradução como a ACF que supostamente seguiu o textus Receptus, coloque Espírito Santo quando no grego apenas está Espírito. Encontramos essa expressão, mas no texto grego Nestle-Aland. Espírito e Espírito Santo neste caso são a mesma coisa pois estão aplicados a Cristo e não sugerem meramente uma questão de pensamentos e emoções. Isso demonstra a confusão dos trinitários!
Também eu exulto e me alegro no Espírito de Cristo pelas verdades que diariamente Ele me tem revelado. Honra e glória ao nosso Deus e Pai, e ao nosso Senhor Jesus Cristo. Amén!
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A ansiedade é cega, e não pode discernir o futuro; mas o Filho do Altíssimo vê o fim desde o começo. Em toda dificuldade tem Ele um caminho preparado para trazer alívio. Nosso Pai celestial tem mil modos de providenciar em nosso favor, modos de que nada sabemos. Os que aceitam como único princípio tornar o serviço e a honra do Altíssimo o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés. (DTN, pág. 273).
"Conquanto Yahuh possa ser justo, e contudo justifique o pecador pelos méritos de Seu Filho, nenhum homem pode trajar-se com os vestidos da justiça de Yahushua, enquanto praticar pecados conhecidos ou negligenciar deveres conhecidos. O Altíssimo requer a completa entrega do coração, antes que a justificação tenha lugar; e a fim de o homem reter a justificação, deve haver contínua obediência, mediante fé viva e ativa que opera por amor e purifica a alma." - Review and Herald, 4 de novembro de 1890.
Os profetas e os apóstolos não aperfeiçoaram o carácter cristão por um milagre. Eles usaram os meios que YAHUH colocou ao seu alcance, e todos os que empreenderem um esforço semelhante assegurarão um resultado semelhante. (Spirit of Prophecy, vol. IV, cap. 22, pág. 305).
Precisam-se...
"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus."
Ellen White, Educação, pág. 57.
É intuito do Pai Celeste preservar entre os homens, mediante a observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado nos aponte a Ele como o único Soberano verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz. Ellen G. White, 3 TS, 16 (1900), Eventos Finais, 68.
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