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Há um tema que desde a minha infância sempre me fascinou, a 2ª vinda de Cristo. Quando ainda era adolescente, cheguei mesmo a sonhar que estava vendo o regresso de Jesus. Ao crescer, fosse onde fosse que eu escutasse sobre a vinda do Senhor Jesus Cristo e seus sinais, de imediato eu arrebitava a orelha. Ainda hoje tenho bem gravadas em minha mente frases de pastores e membros leigos acerca deste assunto, algumas positivas, outras negativas. Mas uma coisa, começou então a perturbar minha mente. Sempre escutei: “Está para muito breve a vinda do Senhor!”, no entanto o tempo passou, e Jesus ainda não veio…
Que aconteceu? Porque é que Jesus não veio? Onde está o problema?
Muitas vezes escutei a resposta típica dos pregadores: “Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” II Pe. 3:8. Pensava então para mim mesmo inconformado, e frustrado, que se essa era a única explicação, então a vinda de Cristo poderia ainda estar muito distante. Por outro lado, parecia-me sem sentido, que esses mesmos pregadores falassem que Sua vinda estava às portas.
Infelizmente, comecei a aperceber-me de que “a breve vinda de Cristo”, não passava de um “slogan”, uma lenga-lenga aprendida de cor, para muitos adventistas. Pior ainda, muitos colocavam a vinda de Cristo para um futuro distante, como se nem sequer a desejassem. Com grande tristeza e indignação, cheguei mesmo a escutar da boca de um pastor: “Cristo não voltará dentro de vinte anos”.
Em 2005, enquanto lia o relatório daquilo que se tinha passado na 58ª sessão da conferência geral, na “Revista Adventista” de Agosto (pág. 9), tive dificuldade em “digerir” algo que li, o qual transcrevo seguidamente:
“Há aqueles que já não acreditam na promessa. Abandonaram a sua fé na proximidade da vinda. Inclusivamente, há pregadores cristãos que decidiram não pregar sobre o tema da segunda vinda. Infelizmente, isso inclui alguns pregadores Adventistas do Sétimo Dia. Já ouviram falar de alguns teólogos e professores de Bíblia entre nós, que acham que precisamos de rever a nossa interpretação da segunda vinda. Não querem discutir o assunto nos círculos académicos, porque dizem que é embaraçoso. Dir-vos-ão que essa expectativa tem causado muitas esperanças frustradas, ansiedade e sentimentos negativos no passado, e que eles não querem contribuir para essa situação. A mensagem da breve volta não é pregada em muitas igrejas hoje. Raramente ouvimos falar da mensagem da bem-aventurada esperança nas salas de aula, nos acampamentos de jovens e em muitas reuniões da igreja.”
Resumidamente, na triste opinião de alguns teólogos adventistas (Título caro para alguns agentes de Satanás), seria necessária uma revisão às nossas doutrinas, especificamente a da 2ª vinda de Cristo. Paulo advertiu-nos da entrada de lobos no rebanho (Act. 20: 29). Pior ainda, são até “serpentes e escorpiões” que conseguem vestir fato e gravata e aparecer nos púlpitos!
Por outro lado torna-se evidente a falta de fé não só na Bíblia, mas nas próprias palavras de Cristo, entre os professos adventistas. Mas isto, não é senão o cumprimento das palavras de Cristo: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” Lc. 18:8.
Há bem pouco tempo, algo me tocou bastante. Depois de cumprimentar certo homem, acompanhei seus movimentos e palavras, dirigindo-se a alguém que pressupostamente o estaria a evangelizar. Com toda a franqueza e honestidade, e sem vergonha, falou bem alto em certo lugar público: “Se verdadeiramente acreditais na breve vinda de Cristo, porque é que sois tão materialistas como os outros?”. Essa pergunta ficou sem resposta. Não havia nenhum argumento a dar. O testemunho dado por alguns adventistas a este homem foi o da cobiça e avareza, orgulho e egoísmo. No silêncio do meu coração senti-me triste e envergonhado. Não será porventura este o testemunho que a maioria dos adventistas tem dado? Onde está a diferença entre os adventistas e os mundanos?!
Certamente que o Senhor não se atrasou, nem tão pouco se esqueceu de vir-nos buscar. Está escrito: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para connosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” II Pe. 3:9.
Deus não tinha nenhuma intenção de fazer “passear” o Seu povo no deserto durante quarenta longos anos. Pela desobediência do povo de Israel é que isso aconteceu. Deus tão pouco tem a mesma intenção para com Seu povo no tempo presente. No entanto, enquanto para eles foi apenas uma geração, para nós já se passaram pelo menos três gerações no “deserto abrasador” deste mundo. A serva do Senhor escreveu a este propósito:
“Houvessem os adventistas, depois do grande desapontamento de 1844, sustido firme sua fé e seguido avante unidos, segundo a providência de Deus lhes abria o caminho, recebendo a mensagem do terceiro anjo e no poder do Espírito Santo proclamando-a ao mundo, haveriam visto a salvação de Deus, o Senhor teria operado poderosamente com os esforços deles, a obra haveria sido concluída, e Cristo teria vindo antes para receber Seu povo para dar-lhe o seu galardão. ... Não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo houvesse sido assim retardada. ... Por quarenta anos a incredulidade, a murmuração e a rebelião excluíram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retardado a entrada do Israel moderno na Canaã celestial. Em nenhum dos casos houve falta da parte das promessas de Deus. É a incredulidade, a mundanidade, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo de Deus que nos têm detido neste mundo de pecado e dor por tantos anos. ”Eventos Finais, pág. 34 (1883).
Enquanto o Israel antigo rejeitou o testemunho de Josué e Caleb, o moderno rejeitou o testemunho de Ellen White e duas outras testemunhas, Jones e Waggoner, que defenderam e pregaram sobre a justificação pela fé em 1888, na famosa assembleia de Minneapolis. Enquanto que os Judeus como nação organizada rejeitaram o Messias, crucificando Jesus Cristo, a igreja adventista do sétimo dia como igreja organizada, tem vindo a colocar sobre si uma culpa ainda maior, ao rejeitar a mensagem da justificação pela fé e o próprio Espírito Santo. Ainda que teoricamente a igreja tenha aceite essa mensagem mais tarde, a formalidade, hipocrisia, mornidão e apostasia manifestas entre o professo povo de Deus, atestam o contrário. Ellen White escreveu no contexto da rejeição da mensagem da justificação pela fé em 1888, na referida assembleia:
"Todo o universo celestial testemunhou o tratamento descaridoso de Jesus Cristo, representado pelo Espírito Santo. Tivesse Cristo estado perante eles, teriam-No tratado de modo semelhante àquele em que os judeus trataram a Cristo." (Special Testimonies [Testemunhos especiais], Série A., nº 6, p. 20).
Até quando, se é que não terminou já, perdurará, o tempo da graça para a igreja adventista do sétimo dia como povo escolhido?! Ellen White escreveu:
“Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e, se não, cedo virei a ti e removerei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.” (Apoc. 2:4 e 5)
Sou instruída a dizer que essas palavras são aplicáveis às igrejas Adventistas do Sétimo Dia na sua condição presente. Perdeu-se o amor de Deus, e isto quer dizer ausência do amor de uns pelos outros. O eu, eu, eu é acariciado, e luta pela supremacia. Por quanto tempo terá de continuar isso? A menos que haja uma reconversão, em breve haverá tão grande falta de piedade, que a igreja será representada pela figueira estéril. Grande luz lhe foi concedida. Tem tido abundante oportunidade para produzir muito fruto. Mas insinuou-se nela o egoísmo, e Deus diz: “Tirarei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”.
Jesus olhou para a pretensiosa figueira estéril, e com pesarosa relutância pronunciou as palavras de condenação. E sob a maldição de um Deus ofendido, a figueira finou-se, emurchecida. Que Deus ajude o Seu povo a aplicar esta lição, enquanto ainda há tempo.” Cristo Nossa Justiça, pág. 166-167.
Estas palavras pronunciadas, há mais de cem anos atrás, estão ainda mais actuais em nossos dias, pois o estado da igreja na actualidade, é pelo menos dez vezes pior que então. Na verdade o povo de Deus não só não cumpriu a missão que lhe foi dada, mas também deixou de reflectir o carácter de Cristo ao mundo, retardando assim a vinda do Senhor:
“Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o carácter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus.” Eventos Finais, pág. 35.
Na verdade o grande problema de cada adventista do sétimo dia é falta de tempo com Deus, falta de conexão com Cristo, falta de oração e de verdadeiro estudo da Bíblia. O facto de nos dizermos adventistas do sétimo dia, não quer dizer que verdadeiramente o sejamos. Muitos se consideram testemunhas de Jeová e tão pouco representam verdadeiramente a Jeová. Afinal de contas que tipo de testemunho estamos a dar ao mundo como cristãos? Se a única diferença que existe, é um rótulo, então somos os mais infelizes e miseráveis entre os homens (I Co. 15:9).
Se a nossa religião não penetrar até aos mais pequenos detalhes da nossa vida, e não fizer de nós pessoas diferentes e vitoriosas sobre a corrente pecaminosa do mundo então é um fracasso autêntico e uma ilusão. São as nossas paixões e vontades que nos controlam, ou antes o Espírito do Senhor? São as ambições terrestres que nos movem ou antes o desejo de nos prepararmos para a pátria celestial? Somos nós escravos do século XXI, ou antes novas criaturas em Cristo? É nosso semblante o de verdadeiros servos e embaixadores do Altíssimo, ou antes o de homens derrotados e sem nada a oferecer?
Jim Hohnberger expressa bem a realidade da vida de muitos professos cristãos, ao parafrasear o capítulo “As Ciladas de Satanás” (Testemunhos Para Ministros, pág. 472-475):
“Escutem bem, seus demónios! Vocês não farão com que os cristãos deixem de frequentar os cultos, pois eles continuarão a fazê-lo! Vocês não conseguirão evitar que eles se apeguem a suas doutrinas nem que façam suas orações. Eles continuarão a fazê-lo! Devemos mudar nossa táctica, se quisermos continuar a ter sucesso.
“A chave para isso é o tempo, meus amigos. Podemos deixar que eles continuem com suas doutrinas, suas orações e seus cultos, contanto que controlemos o tempo deles. O tempo é o ingrediente mais importante, pois se eles não tiverem tempo, nunca vão conseguir aquela conexão salvadora com ‘Jesus’!” disse ele, cuspindo rancorosamente ao pronunciar aquela última palavra. Satanás prosseguiu: “Deixem-nos pensar que estão salvos enquanto controlamos o tempo deles, e eles serão tão nossos quanto aqueles que nunca puseram os pés na igreja.” Fuga para Deus, pág. 29 e 30.
Um amontoado de teorias verdadeiras nada poderá fazer por nós a menos que estejamos ligados à verdade, que é Cristo (Jo. 14:6). Jesus disse:
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” Jo. 15:5.
Desejamos nós ser pessoas diferentes, conduzidos pelo Espírito do Senhor, permanecer ligados a ele 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano? Então chegou o momento de fazer de Cristo a prioridade das nossas vidas (Mt. 6:33), e servi-Lo, a nossa maior ambição. Desejamos nós verdadeiramente reflectir o carácter de Cristo em nossas vidas? Desejamos ardentemente a vinda do Senhor Jesus? Então este é o momento de abandonar seja o que for que nos esteja impedindo de o fazer. Talvez abandonar a cidade, certo tipo de trabalho, talvez a televisão ou certo tipo de alimentos, até mesmo certo tipo de companhias. Toma tempo para escutar o Senhor, conversar com Ele, conhecê-Lo e buscá-Lo. Ele te guiará (Is. 30:21). Decide hoje mesmo qual vai ser o teu futuro, como será este novo ano de 2010, rendendo-te aos pés do Salvador Jesus.
Que nosso viver seja de tal forma que possamos contribuir para o breve retorno de Jesus Cristo:
“Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo se fundirão.” II Pe. 3:11-12.
Estamos um ano mais perto da vinda de Jesus Cristo. Como vimos anteriormente, o Senhor não retardará para sempre Sua promessa. Um dos grandes sinais que deveria ter alertado mais o povo de Deus, e até mesmo o mundo inteiro, foi o tsunami de 2004. Este é o último dos grandes acontecimentos ao nível de fenómenos naturais no decorrer da história, e que precede os eventos imediatos à vinda de Cristo (Lc 21:25).
Porventura não terá já começado o juízo dos vivos?! Ou mais solene ainda, não terá começado já o juízo entre o povo de Deus e o respectivo assinalamento (Ez 9)?! Estará nosso nome sendo julgado agora?! Estarei vivo amanhã?! Estamos nós dispostos a vender as nossas propriedades e casas, limitando-nos a algo mais humilde, em favor da pregação do evangelho eterno? José Bates e muitos outros o fizeram em 1843/44. Estamos nós dispostos a fazê-lo no ano 2010?! Estamos nós dispostos a enfrentar dificuldades, críticas, ridículo, sermos expulsos da igreja, e até mesmo sermos mártires por Cristo? Estamos nós preparados para sermos considerados loucos como Noé, e clamarmos bem alto ao mundo, com nossas gargantas e todas as fibras do nosso ser, que Jesus irá voltar em breve?!
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Então prepara-te, pois, talvez mais breve do que possas pensar, aquilo que necessita acontecer para sair a lei dominical, e desencadear a última sucessão dos eventos finais na Terra, acontecerá, e diante de todo o mundo teremos que dar um testemunho directo da nossa fé. Quem serão neste tempo os soldados valorosos que erguerão a bandeira de Cristo?
“Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim.” Mt. 24:46
A ansiedade é cega, e não pode discernir o futuro; mas o Filho do Altíssimo vê o fim desde o começo. Em toda dificuldade tem Ele um caminho preparado para trazer alívio. Nosso Pai celestial tem mil modos de providenciar em nosso favor, modos de que nada sabemos. Os que aceitam como único princípio tornar o serviço e a honra do Altíssimo o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés. (DTN, pág. 273).
"Conquanto Yahuh possa ser justo, e contudo justifique o pecador pelos méritos de Seu Filho, nenhum homem pode trajar-se com os vestidos da justiça de Yahushua, enquanto praticar pecados conhecidos ou negligenciar deveres conhecidos. O Altíssimo requer a completa entrega do coração, antes que a justificação tenha lugar; e a fim de o homem reter a justificação, deve haver contínua obediência, mediante fé viva e ativa que opera por amor e purifica a alma." - Review and Herald, 4 de novembro de 1890.
Os profetas e os apóstolos não aperfeiçoaram o carácter cristão por um milagre. Eles usaram os meios que YAHUH colocou ao seu alcance, e todos os que empreenderem um esforço semelhante assegurarão um resultado semelhante. (Spirit of Prophecy, vol. IV, cap. 22, pág. 305).
Precisam-se...
"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus."
Ellen White, Educação, pág. 57.
É intuito do Pai Celeste preservar entre os homens, mediante a observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado nos aponte a Ele como o único Soberano verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz. Ellen G. White, 3 TS, 16 (1900), Eventos Finais, 68.
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